São Paulo, sábado, 08 de agosto de 2009

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Europa mostra sinais de recuperação

Dados das principais economias, como a alemã, reforçam a ideia de que o pior da crise já chegou no fim

DE GENEBRA

Dados animadores sobre a recuperação das economias europeias reforçaram ontem a impressão de que o pior da crise está perto do fim. Entre eles, o mais significativo foi o impulso das exportações da Alemanha que, em junho, cresceram 7% em relação ao mês anterior.
Foi o maior aumento desde setembro de 2006, avançando muito além do que previam os especialistas. O inesperado vigor reforça a expectativa de que a economia alemã, fortemente dependente das exportações, esteja emergindo da pior recessão em 60 anos.
O ceticismo em relação ao fôlego dessa retomada, porém, permanece. "É mais um sinal de estabilização", disse o analista Stefan Bielmeier, do Deutsche Bank. "Mas ainda temos um longo caminho até uma recuperação sustentada da economia."
Apesar do salto mensal, as exportações alemãs em junho foram 22,3% menores que no mesmo período de 2008.
A tendência de queda dos últimos meses levou a OMC (Organização Mundial do Comércio) a estimar, em relatório recente, que a Alemanha deve perder em breve o posto de maior exportador do mundo para a China.
As dúvidas sobre a recuperação alemã foram alimentadas por um outro dado divulgado ontem, o de que a produção industrial em junho recuou 0,1% em relação a maio. O governo minimizou a queda, afirmando que ela indica o fundo do poço e o início da retomada.
Outros sinais positivos sobre a economia europeia surgiram na divulgação dos indicadores mensais da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
O índice que mede a atividade nas 30 economias mais ricas do mundo subiu pelo quarto mês seguido, mostrando expansão em todos os países. Segundo a organização, o resultado mostra "sinais mais fortes de melhora nas projeções".
Em algumas economias, como França e Itália, os indicadores de junho são mais altos que no mesmo período do ano passado, num sinal mais evidente de recuperação.
No caso da Itália, a recessão dá sinais de estar perdendo a força, mas persiste. Isso foi confirmado com a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto), que encolheu 0,5% no trimestre. Apesar de ser a quinta contração consecutiva, foi menor que o esperado.
(MARCELO NINIO)


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