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Europa mostra sinais de recuperação
Dados das principais economias, como a alemã, reforçam a ideia de que o pior da crise já chegou no fim
DE GENEBRA
Dados animadores sobre a
recuperação das economias europeias reforçaram ontem a
impressão de que o pior da crise está perto do fim. Entre eles,
o mais significativo foi o impulso das exportações da Alemanha que, em junho, cresceram
7% em relação ao mês anterior.
Foi o maior aumento desde
setembro de 2006, avançando
muito além do que previam os
especialistas. O inesperado vigor reforça a expectativa de que
a economia alemã, fortemente
dependente das exportações,
esteja emergindo da pior recessão em 60 anos.
O ceticismo em relação ao fôlego dessa retomada, porém,
permanece. "É mais um sinal
de estabilização", disse o analista Stefan Bielmeier, do
Deutsche Bank. "Mas ainda temos um longo caminho até
uma recuperação sustentada
da economia."
Apesar do salto mensal, as
exportações alemãs em junho
foram 22,3% menores que no
mesmo período de 2008.
A tendência de queda dos últimos meses levou a OMC (Organização Mundial do Comércio) a estimar, em relatório recente, que a Alemanha deve
perder em breve o posto de
maior exportador do mundo
para a China.
As dúvidas sobre a recuperação alemã foram alimentadas
por um outro dado divulgado
ontem, o de que a produção industrial em junho recuou 0,1%
em relação a maio. O governo
minimizou a queda, afirmando
que ela indica o fundo do poço e
o início da retomada.
Outros sinais positivos sobre
a economia europeia surgiram
na divulgação dos indicadores
mensais da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
O índice que mede a atividade nas 30 economias mais ricas
do mundo subiu pelo quarto
mês seguido, mostrando expansão em todos os países. Segundo a organização, o resultado mostra "sinais mais fortes
de melhora nas projeções".
Em algumas economias, como França e Itália, os indicadores de junho são mais altos que
no mesmo período do ano passado, num sinal mais evidente
de recuperação.
No caso da Itália, a recessão
dá sinais de estar perdendo a
força, mas persiste. Isso foi
confirmado com a divulgação
do PIB (Produto Interno Bruto), que encolheu 0,5% no trimestre. Apesar de ser a quinta
contração consecutiva, foi menor que o esperado.
(MARCELO NINIO)
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