São Paulo, sábado, 08 de agosto de 2009

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Emprego nos EUA anima investidor, e Bolsa sobe 1%

Na semana, alta é de 2,86%; dólar termina a R$ 1,822

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou a semana acima dos 56 mil pontos, rondando os patamares que praticava há um ano. A valorização acumulada na semana ficou em 2,86%, e 54 das 64 ações que formam o Ibovespa terminaram o período com ganhos.
O pregão de ontem foi animado pelos dados do mercado de trabalho norte-americano, que surpreenderam positivamente e reavivaram a impressão de que o pior da crise está ficando para trás. A Bovespa subiu 1,03% ontem, para 56.329 pontos. No ano, a valorização está acumulada em 50%.
O resultado da Bolsa brasileira acompanhou o ritmo mundial. Os mercados acionários subiram nos principais centros financeiros. Nos EUA, o índice Dow Jones fechou com apreciação de 1,23%. A Bolsa de Londres ganhou 0,87%.
O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou que foram fechadas 247 mil vagas em julho -o mercado estimava cerca de 320 mil cortes. Para a taxa de desemprego, houve recuo de 9,5% para 9,4%.
"Tudo indica que a situação do mercado de trabalho está melhorando nos EUA. No entanto, sempre é bom assinalar que os recentes dados econômicos não estão positivos, mas menos piores do que antes. Ao que parece atingimos um fundo, mas a volta à superfície será lenta", afirma, em relatório, o departamento econômico da Gradual Investimentos.
"Acreditamos que o Ibovespa poderá alcançar os 62 mil pontos. Isso quer dizer que até o fim do ano a Bolsa deve avançar mais 10%. Porém, a velocidade de apreciação até agora apresentada nos parece exagerada", diz a Gradual.
Para o câmbio, as operações de ontem terminaram com o recuo de 0,82% da moeda americana. Cotado a R$ 1,822, o dólar não encerrou a semana em seu preço recente mais baixo -na quarta fechou vendido a R$ 1,81. No ano, o dólar registra depreciação de 21,94%. No mês, a baixa é de 2,31%.
A entrada de dólares no mercado brasileiro nas últimas semanas é um dos pontos que têm favorecido o fortalecimento do real.
Nos pregões da Bolsa brasileira, o que se vê é a continuidade dos aportes de capital externo. Até o dia 4, o saldo mensal das operações externas feitas com ações brasileiras já estava positivo em R$ 966,6 milhões. Em todo o mês de julho, esse saldo ficou positivo em R$ 2,2 bilhões.
No ano, o balanço dos negócios da categoria está positivo em R$ 13,28 bilhões, o que significa a recuperação de mais da metade do capital externo que fugiu da Bolsa em 2008 (R$ 24,63 bilhões).
Com a elevada valorização da Bovespa em dólares no ano, os estrangeiros podem ficar mais tentados a venderem as ações para embolsar ganhos. Em dólares, a Bolsa totaliza alta acumulada de 92,29%.

Oscilação das ações
O setor aéreo foi o destaque da Bovespa ontem, liderando as altas no dia. A informação de que a Gol registrou novo aumento da taxa de ocupação de suas aeronaves no mês atraiu os investidores. A ação preferencial da Gol subiu 10,10%. A concorrente TAM também acabou por ser beneficiada pelo ânimo do investidor, e suas ações subiram 6,86%.
Outro segmento com bom desempenho ontem foi o bancário. O Itaú Unibanco, que apresenta seu resultado no próximo dia 11, registrou o terceiro maior volume de negócios ontem (com 5,5% do total) e suas ações preferenciais tiveram ganhos de 2,91%. O papel do Bradesco subiu 2,17%.


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