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análise
Fed pode ter reação exagerada
JEREMY WARNER
DO "INDEPENDENT"
Alan Greenspan tem razão em traçar paralelos
entre o arrocho atual do
crédito e a crise financeira
de 1998, quando, como diretor do Federal Reserve,
foi obrigado a socorrer o
fundo LTCM.
As duas crises são bastante semelhantes em sua
formação. Em 1998, o calote de dívidas públicas na
Rússia levou os preços dos
títulos da dívida a cair
inesperadamente, o que
dificultou a tomada de empréstimos pela LTCM e
outros fundos e ameaçou
desencadear uma venda
emergencial de ativos a
preços baixíssimos. Algo
semelhante ocorre agora,
mas com as hipotecas
imobiliárias dos EUA.
Do jeito que as coisas
vão, daqui a pouco a recessão se tornará uma previsão que se auto-realiza.
Quanto mais os investidores e consumidores pensam que haverá recessão,
mais provável ela se torna.
Nessas circunstâncias,
Ben Bernanke, o diretor
ainda relativamente novo
do Fed, pode sentir que
não tem outra opção senão
reduzir fortemente os juros nos próximos meses.
Em 1987 e 1998, as ações
do Fed impediram a economia de entrar em recessão. Mas elas também podem ter apenas adiado o
inevitável. Depois de 1987
houve um boom ainda
mais intenso do consumo
e de aquisições, movido
pela dívida, que acabou desabando na recessão do
início dos anos 1990. Após
1998 houve a insensatez
ponto.com da bolha da
tecnologia e a recessão
americana de 2001.
Com base nesse raciocínio, uma ação agora dos
banqueiros centrais pode
evitar a recessão no curto
prazo, mas a levará a ser
mais séria em dois ou três
anos. Ao traçar paralelos
com 1998 e 1987, Greenspan expressou a opinião
de que não há muito a fazer contra a propensão humana a criar bolhas.
Tradução de CLARA ALLAIN
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