São Paulo, terça-feira, 08 de setembro de 2009

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Goiás vê expansão da cana e aumento de 54% na produção

Em todo o país, safra cresce a um ritmo de 10%; 80 novas usinas devem entrar em operação no Estado

Ricardo Rafael/"O Popular"
Cana queimada é recolhida em plantação em Inhumas, em GO

FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA

Com a entrada em funcionamento de novas usinas, a indústria sucroalcooleira em Goiás cresce a um ritmo muito superior ao do resto do país.
Nos últimos anos, cerca de 20 unidades iniciaram a operação no Estado, o que deve elevar em 54% a produção de cana na atual safra em comparação com 2008/2009. No país todo, a taxa será de 10%. Os dados são da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
O Estado atraiu nos últimos anos empresas como a Brenco, financiada por investidores americanos, que deve inaugurar cinco unidades em Goiás e Mato Grosso até 2010. O governo goiano adiou a cobrança de ICMS como forma de obter mais projetos do setor.
A secretaria estadual da agricultura diz que há mais de 80 projetos de usinas já aprovados e que o crescimento da produção se deve à "vocação" da região para o agronegócio.
Mas há críticas ao avanço da cana no cerrado. Em 2006, a Prefeitura de Rio Verde, um dos principais centros agrícolas de Goiás, sancionou lei que limitou o plantio da cana a 10% da área agricultável da cidade.
O objetivo era evitar o enfraquecimento da economia do município com a substituição das culturas de grãos.
O governo de Goiás diz que trabalha para estimular a diversificação da produção.
O levantamento da Conab, no entanto, mostra que a área plantada de cana no Estado inteiro vai crescer 36%. A quantidade de terras com plantações de cana deve aumentar em área equivalente à da cidade de São Paulo na safra 2009/2010.
A produtividade (quilos/hectare) também aumentou 13% no período, enquanto em São Paulo, maior produtor do país, houve queda de 2%. Goiás é o quarto produtor nacional, atrás também de Paraná e Minas.
O Sifaeg (Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool do Estado de Goiás) prevê crescimento menor do que o apontado pela Conab, devido a efeitos do clima sobre as plantações.
O setor espera a conclusão de um alcoolduto projetado para ligar o interior de Goiás com Paulínia (SP) para ajudar no escoamento da produção.

"Aptidão"
Para o secretário da Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone, a região tem "aptidão" para o setor, por fatores como terras férteis e planas (que facilitam a mecanização), quantidade de chuvas e até preço das terras.
Segundo ele, Goiás tem condições de aumentar mais a produção porque em São Paulo o setor já "produz muita cana" e tem menos área para crescer.
A Conab diz que, nesta safra, as usinas vêm dando preferência à produção de açúcar, que está com "excelentes preços" no mercado internacional.


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