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BNDES deve liberar crédito ao setor de mídia
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
A partir de janeiro de 2004, o
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não deverá ter mais nenhuma restrição para conceder empréstimos para empresas de mídia e de comunicação.
De acordo com o que a Folha
apurou, essa deverá ser uma das
principais mudanças nas novas
políticas operacionais em elaboração pelo BNDES e que vão valer
a partir do ano que vem.
Apesar de a decisão de apoiar a
mídia já ter recebido o sinal verde
da diretoria do BNDES, a novidade ainda será submetida ao crivo
de outros setores da economia.
O banco decidiu que, antes de
aprovar definitivamente suas novas políticas operacionais, elas
passarão por uma espécie de audiência pública para que outros
setores, como a indústria, tenham
direito de se manifestar com sugestões ao projeto.
Até dezembro, o BNDES espera
concluir suas novas políticas operacionais que entrarão em vigor
em 2004.
A decisão do banco de apoiar a
mídia atende aos interesses do Palácio do Planalto de o governo poder ajudar as empresas da área de
comunicação que estejam em dificuldades.
O apoio ao setor de mídia sempre foi motivo de polêmica no
BNDES. Até 1997, o banco era
proibido de emprestar dinheiro
para qualquer empresa do setor.
A restrição constava inclusive nas
normas de políticas operacionais
do banco.
Naquele ano, a proibição foi tirada do texto, mas o setor continuou de fora das políticas operacionais do banco. Ou seja, apesar
de não haver uma restrição formal, também não havia normas
de empréstimos para o setor, como existem para os outros. Na
prática, isso impedia o BNDES de
apoiar as empresas do setor.
Agora, com as novas políticas
operacionais do BNDES, o setor
de mídia e comunicação passará a
estar inserido nas rotinas das operações do banco, como qualquer
outro.
Assim, as empresas de mídia e
comunicação poderão ter acesso,
por exemplo, a todas as linhas do
banco que são repassadas por
meio dos agentes financeiros privados credenciados pelo BNDES,
como ocorre normalmente com
as empresas de outros setores.
Com isso, o banco também passará a dividir o risco dos empréstimos com os agentes financeiros
privados credenciados pelo
BNDES.
Com a liberação do setor de mídia para ter acesso aos recursos do
BNDES, apenas um deverá continuar sofrendo restrições nas políticas operacionais do banco, que é
o de armamentos.
Além do apoio à mídia, o
BNDES também deverá promover, entre outras alterações previstas nas suas novas políticas
operacionais, uma redução generalizadas nos "spreads" (diferença entre a taxa paga pelos bancos
para captar recursos e o retorno
com as aplicações) cobrados pelo
banco. Os "spreads" deverão cair
de 4% a 6,5% para uma média de
3% a 4,5%.
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