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São Paulo, quarta-feira, 08 de outubro de 2003

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BNDES deve liberar crédito ao setor de mídia

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

A partir de janeiro de 2004, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não deverá ter mais nenhuma restrição para conceder empréstimos para empresas de mídia e de comunicação.
De acordo com o que a Folha apurou, essa deverá ser uma das principais mudanças nas novas políticas operacionais em elaboração pelo BNDES e que vão valer a partir do ano que vem.
Apesar de a decisão de apoiar a mídia já ter recebido o sinal verde da diretoria do BNDES, a novidade ainda será submetida ao crivo de outros setores da economia.
O banco decidiu que, antes de aprovar definitivamente suas novas políticas operacionais, elas passarão por uma espécie de audiência pública para que outros setores, como a indústria, tenham direito de se manifestar com sugestões ao projeto.
Até dezembro, o BNDES espera concluir suas novas políticas operacionais que entrarão em vigor em 2004.
A decisão do banco de apoiar a mídia atende aos interesses do Palácio do Planalto de o governo poder ajudar as empresas da área de comunicação que estejam em dificuldades.
O apoio ao setor de mídia sempre foi motivo de polêmica no BNDES. Até 1997, o banco era proibido de emprestar dinheiro para qualquer empresa do setor. A restrição constava inclusive nas normas de políticas operacionais do banco.
Naquele ano, a proibição foi tirada do texto, mas o setor continuou de fora das políticas operacionais do banco. Ou seja, apesar de não haver uma restrição formal, também não havia normas de empréstimos para o setor, como existem para os outros. Na prática, isso impedia o BNDES de apoiar as empresas do setor.
Agora, com as novas políticas operacionais do BNDES, o setor de mídia e comunicação passará a estar inserido nas rotinas das operações do banco, como qualquer outro.
Assim, as empresas de mídia e comunicação poderão ter acesso, por exemplo, a todas as linhas do banco que são repassadas por meio dos agentes financeiros privados credenciados pelo BNDES, como ocorre normalmente com as empresas de outros setores.
Com isso, o banco também passará a dividir o risco dos empréstimos com os agentes financeiros privados credenciados pelo BNDES.
Com a liberação do setor de mídia para ter acesso aos recursos do BNDES, apenas um deverá continuar sofrendo restrições nas políticas operacionais do banco, que é o de armamentos.
Além do apoio à mídia, o BNDES também deverá promover, entre outras alterações previstas nas suas novas políticas operacionais, uma redução generalizadas nos "spreads" (diferença entre a taxa paga pelos bancos para captar recursos e o retorno com as aplicações) cobrados pelo banco. Os "spreads" deverão cair de 4% a 6,5% para uma média de 3% a 4,5%.


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