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TV a cabo poderá disputar licitação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA FOLHA ONLINE
As TVs por assinatura poderão
disputar as licitações governamentais para a instalação do serviço de internet de alta velocidade
nas escolas, bibliotecas e hospitais
públicos, informou ontem o assessor especial do Ministério das
Comunicações, Márcio Wohlers.
As obras serão financiadas pelo
Fust, um fundo criado em 2000
para facilitar o acesso da população de baixa renda a serviços de
telecomunicações. O fundo, que
tem em caixa R$ 2,3 bilhões, é
mantido com 1% da receita bruta
das operadoras de telefonia e de
TV a cabo.
Em agosto, o TCU (Tribunal de
Contas da União) informou ao
Ministério das Comunicações
que todas as empresas, e não apenas as concessionárias de telefonia fixa, deveriam poder participar das licitações.
A Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) deverá, até
novembro, colocar em consulta
pública as linhas gerais desse novo serviço. Se isso ocorrer, o edital
de licitação deve ser publicado em
fevereiro do ano que vem.
O ministro Miro Teixeira (Comunicações) disse que as operadoras de TV por assinatura têm
infra-estrutura instalada (cabos),
o que daria competitividade nas
licitações. O Fust, porém, não financiará a instalação de TV por
assinatura.
As empresas que operam TV a
cabo, caso vençam as licitações,
terão que fornecer os serviços que
estão previstos na lei do Fust
-como acesso à internet em
banda larga em escolas públicas,
por exemplo. Hoje, as principais
operadoras de TV a cabo pertencem às Organizações Globo (Sky e
Net), Editora Abril (TVA) e Hughes Electronics (DirecTV).
"Todas as empresas deverão pedir a concessão desse novo serviço, que funcionará em regime público e não será limitado", disse o
assessor Márcio Wohlers.
Na avaliação da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por
Assinatura), a possibilidade de as
empresas do setor serem habilitadas para o fornecimento de serviços a órgãos públicos é "mais do
que justa".
Para Leila Loria, presidente da
entidade, não se trata de proteção
ao setor -com companhias endividadas e em dificuldades para
renovar acordos com credores.
"Não vamos usar essa chance de
expandir os negócios como tábua
de salvação para as companhias",
disse.
Se puderem entrar nesse mercado, a idéia é a seguinte: em vez de
concorrerem entre si, para decidir
a melhor proposta, as empresas
devem escolher, entre elas, quem
vai explorar que região. E apresentar o projeto ao governo.
Quem informa é a ABTA.
Com isso, será uma proposta
apenas, para disputar o mercado
com as empresas de telefonia.
Para a ABTA, isso não quer dizer que as empresas de grande
porte terão maiores possibilidades de encabeçar os projetos dentro da associação.
A base de assinantes das empresas de TV por assinatura caiu
0,5% no segundo trimestre do
ano, em relação ao primeiro trimestre. Cerca de 13 mil assinantes
cancelaram sua assinatura de TV
a cabo entre o primeiro e o segundo trimestres no país.
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