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Lula tem uma "república do Santander" no governo
DA REDAÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois altos executivos do Santander passaram para o governo federal neste ano. Miguel
Jorge, nomeado em março ministro do Desenvolvimento, era
vice-presidente de Assuntos
Corporativos do banco desde
2001. Mário Torós, que ocupava a vice-presidência de Tesouraria e Mercado do Santander,
foi para a diretoria de Política
Monetária do Banco Central.
No mercado, Torós é visto
como um operador, homem
que vem do dia-dia das tesourarias. Miguel Jorge ascendeu no
Santander como brilhante negociador, capaz de conciliar diferentes interesses para atingir
seus objetivos.
Quando da definição do novo
presidente do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), em abril,
Miguel Jorge ainda tentou emplacar o nome de Gustavo Murgel, outro executivo do Santander. No final, porém, o presidente Lula optou por Luciano
Coutinho por preferir uma pessoa não ligada ao mercado financeiro. A decisão de Lula representou o primeiro revés do
ministro Miguel Jorge.
Torós e Murgel enfrentaram
um processo administrativo na
CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) por suposta manipulação no preço de ações nos
dias 28 de abril e 27 de junho de
2000. Em ambas as datas, o
banco foi acusado de vender,
nos minutos finais de negociação, um lote expressivo de
ações com preço mais baixo do
que o negociado com o objetivo
de derrubar o Ibovespa. À época, a queda na Bolsa beneficiava
o banco que apostava na queda
do índice nas negociações de
futuros na BM&F (Bolsa de
Mercadorias & Futuros). Torós
e Murgel foram absolvidos em
julho de 2004, mas o Santander
foi multado em R$ 600 mil.
Campanha
Sexto maior banco brasileiro,
o Santander foi o segundo
maior financiador do PT em
2006. O banco doou R$ 3,2 milhões ao partido no ano passado, segundo o TSE (Tribunal
Superior Eleitoral). O valor só é
menor ao dado pela Andrade
Gutierrez, de R$ 6,4 milhões.
Em viagem à Espanha, em
setembro, o Lula ouviu o patriarca do Santander, Emílio
Botín, exigir que as agências de
rating concedam ao Brasil o
chamado grau de investimento
o "mais depressa possível".
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