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Perdas atingem US$ 1,4 tri no sistema financeiro, afirma FMI
DO ENVIADO A WASHINGTON
As perdas mundiais do sistema financeiro relacionadas à
crise nos EUA já atingiram US$
1,4 trilhão, devem aumentar
ainda mais e obrigarão os bancos a levantar pelo menos US$
675 bilhões em capital adicional nos próximos cinco anos
para voltarem ao equilíbrio.
Só nos últimos seis meses, segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional), as perdas
bancárias aumentaram US$
455 bilhões. O valor não leva
em conta novas informações,
desta semana, de problemas no
sistema bancário europeu.
Além da necessidade de levantar capital adicional, os
bancos poderão ser obrigados a
se desfazer de até US$ 1 trilhão
em ativos (participações em
empresas, ações etc.) para voltar a ter as contas em ordem.
Os dados sugerem que, diante das perdas bancárias, da necessidade de novos capitais e do
alto endividamento das famílias em vários países avançados, uma recessão global agora
poderá ter impactos profundos.
O forte crescimento dos últimos cinco anos foi movido a
crédito. E os EUA saíram da
breve recessão de 2000 com
aumento na oferta de financiamentos. Essa tendência, que
elevou o endividamento das famílias no país a 130% do PIB,
não só terminou como trouxe
ruptura ao sistema de crédito.
"O sistema financeiro vem
atravessando um período de
turbulência sem precedentes.
Apesar de muitos bancos já terem reconhecido prejuízos relacionados aos financiamentos
"subprime" [de segunda linha],
há muitas perdas potenciais
que podem trazer mais prejuízos aos balanços", diz Jaime
Caruana, diretor do departamento de Assuntos Monetários
e Mercados de Capitais do FMI.
Segundo o "Relatório sobre a
Estabilidade Financeira Global", do FMI, o "processo de desalavancagem (diminuição do
endividamento) dos bancos cobrará um preço elevado no
campo da oferta de crédito para
o setor privado".
O relatório do FMI aponta
que os bancos privados conseguiram levantar sozinhos cerca
de US$ 430 bilhões em novos
recursos entre meados de 2007
e setembro passado. Mas diz
que as condições do mercado se
deterioram rapidamente, tornando muito difícil agir sem a
ajuda dos bancos centrais e dos
Tesouros dos países afetados.
O funcionário do Fundo afirmou que EUA e Europa precisam encontrar uma "maneira
coordenada e conjunta" de enfrentar a atual crise .
Segundo o FMI, do US$ 1,4
trilhão em perdas computadas
até agora, 40% referem-se a
bancos na Europa.
(FCZ)
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