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CONSUMO
Índice varia 0,63% em outubro; aftosa tem influência
IGP-DI indica fim de temporada de deflação em preços do atacado
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Mais um índice apontou o final
do período de deflação nos preços
no atacado, que se estendeu de
maio a setembro deste ano. Desta
vez, foi o IGP-DI (Índice de Preços ao Consumidor - Disponibilidade Interna) que apontou tal
tendência, com variação de 0,63%
em outubro. Foi a maior taxa desde março deste ano (0,99%). Em
setembro, o indicador havia tido
retração de 0,13%.
O IPA (Índice de Preços por
Atacado), que representa 60% do
índice geral, registrou alta de
0,79%, deixando para trás a deflação de 0,28% de setembro. Reajustes dos combustíveis utilizados
pela indústria e de insumos agropecuários foram os motivos do
aumentos de preços ao produtor.
Entre as maiores altas no atacado, estão bovinos (8,10%), óleo
diesel (5,88%), óleos combustíveis (6,18%), querosene (9,58%) e
gasolina (4,46%) -os quatro últimos itens são derivados usados
por indústrias em seus processos
produtivos.
No caso dos bovinos, a alta
ocorre na esteira dos focos de febre aftosa encontrados em rebanhos de fazendas do Estado de
Mato Grosso do Sul.
Por causa do salto dos combustíveis, o IPA industrial acelerou
para 0,78% em outubro, contra
0,67% em setembro.
Esses aumentos anularam o
efeito benéfico do dólar, que vinha sustentando a deflação dos
últimos meses. Mesmo assim, o
câmbio mantém os preços das
matérias-primas agrícolas atreladas às cotações internacionais em
queda. Ainda sob esse impacto,
milho e soja tiveram deflações expressivas no atacado -4,65% e
4,27% em outubro, respectivamente.
Na semana passada, o IGP-M
(alta de 0,60%) já havia apontado
a mesma tendência de interrupção de cinco meses seguidos de
deflação do índice geral e do atacado, na maior série de taxas negativas desde 1998.
Ao consumidor
No varejo, os preços também se
aceleram. O IPC subiu de 0,09%
em setembro para 0,42% em outubro. Os principais impactos vieram dos preços de serviços públicos e reajustes administrados pelo
governo, especialmente o da gasolina.
Sob pressão do aumento na refinaria, a gasolina subiu, em média,
3,63% nos postos em outubro -o
item já havia aumentando 4,75%
em setembro. O reajuste fez com
que o grupo transportes tivesse alta de 1,88% outubro, contra 1,55%
em setembro. Nesse grupo, também pesaram os aumentos de tarifa de ônibus (1,47%) e álcool
combustível (9,2%).
Os alimentos foram outro fator
de pressão. Seus preços subiram
0,14%, após terem registrado deflação de 1,03% em setembro. As
altas de destaque ficaram com
hortaliças e legumes (5,21%) e
carnes bovinas (5,39%).
Na contramão do atacado e do
varejo, os custos da construção civil desaceleram. O INCC (Índice
Nacional de Custo da Construção) passou de 0,24% em setembro para 0,19% em outubro.
A partir do resultado de outubro, a GRC Visão projeta que o
IGP-M feche o ano com uma taxa
de 1,78%. Até outubro, a inflação
acumulada é de 0,82%. No atacado, o índice soma queda de 1,07%.
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