São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2005

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CONSUMO

Índice varia 0,63% em outubro; aftosa tem influência

IGP-DI indica fim de temporada de deflação em preços do atacado

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Mais um índice apontou o final do período de deflação nos preços no atacado, que se estendeu de maio a setembro deste ano. Desta vez, foi o IGP-DI (Índice de Preços ao Consumidor - Disponibilidade Interna) que apontou tal tendência, com variação de 0,63% em outubro. Foi a maior taxa desde março deste ano (0,99%). Em setembro, o indicador havia tido retração de 0,13%.
O IPA (Índice de Preços por Atacado), que representa 60% do índice geral, registrou alta de 0,79%, deixando para trás a deflação de 0,28% de setembro. Reajustes dos combustíveis utilizados pela indústria e de insumos agropecuários foram os motivos do aumentos de preços ao produtor.
Entre as maiores altas no atacado, estão bovinos (8,10%), óleo diesel (5,88%), óleos combustíveis (6,18%), querosene (9,58%) e gasolina (4,46%) -os quatro últimos itens são derivados usados por indústrias em seus processos produtivos.
No caso dos bovinos, a alta ocorre na esteira dos focos de febre aftosa encontrados em rebanhos de fazendas do Estado de Mato Grosso do Sul.
Por causa do salto dos combustíveis, o IPA industrial acelerou para 0,78% em outubro, contra 0,67% em setembro.
Esses aumentos anularam o efeito benéfico do dólar, que vinha sustentando a deflação dos últimos meses. Mesmo assim, o câmbio mantém os preços das matérias-primas agrícolas atreladas às cotações internacionais em queda. Ainda sob esse impacto, milho e soja tiveram deflações expressivas no atacado -4,65% e 4,27% em outubro, respectivamente.
Na semana passada, o IGP-M (alta de 0,60%) já havia apontado a mesma tendência de interrupção de cinco meses seguidos de deflação do índice geral e do atacado, na maior série de taxas negativas desde 1998.

Ao consumidor
No varejo, os preços também se aceleram. O IPC subiu de 0,09% em setembro para 0,42% em outubro. Os principais impactos vieram dos preços de serviços públicos e reajustes administrados pelo governo, especialmente o da gasolina.
Sob pressão do aumento na refinaria, a gasolina subiu, em média, 3,63% nos postos em outubro -o item já havia aumentando 4,75% em setembro. O reajuste fez com que o grupo transportes tivesse alta de 1,88% outubro, contra 1,55% em setembro. Nesse grupo, também pesaram os aumentos de tarifa de ônibus (1,47%) e álcool combustível (9,2%).
Os alimentos foram outro fator de pressão. Seus preços subiram 0,14%, após terem registrado deflação de 1,03% em setembro. As altas de destaque ficaram com hortaliças e legumes (5,21%) e carnes bovinas (5,39%).
Na contramão do atacado e do varejo, os custos da construção civil desaceleram. O INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) passou de 0,24% em setembro para 0,19% em outubro.
A partir do resultado de outubro, a GRC Visão projeta que o IGP-M feche o ano com uma taxa de 1,78%. Até outubro, a inflação acumulada é de 0,82%. No atacado, o índice soma queda de 1,07%.


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