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Telefónica e mexicana devem disputar TIM
Operadora de celular detém 25% do mercado e sua compra é crucial para a liderança do setor no Brasil
ROBERT HETZ
DA REUTERS
O anúncio da Telecom Italia
de que recebeu duas ofertas pela TIM Brasil pode ser o prelúdio de uma disputa muito
aguerrida entre a espanhola
Telefónica e sua rival mexicana
América Móvil pelo controle da
segunda maior operadora de
telefonia móvel brasileira, disseram nesta terça-feira analistas em Madri e Londres.
"Em nossa opinião, a América Móvil pode ter chegado primeiro [na apresentação de proposta], mas a Telefónica fará
uma contra-oferta", disse a
Merrill Lynch em nota na qual
rebaixou a "neutra" a recomendação de investimento em
ações do grupo espanhol. Um
porta-voz da Telefónica disse
que a empresa não comenta
"rumores de mercado".
A Telefónica divide com a
Portugal Telecom o controle da
Vivo, principal operadora brasileira de telefonia móvel, com
28,5 milhões de assinantes e
participação de mercado de
29,9% -a TIM Brasil tem
25,1%. A terceira maior operadora de celular do país, a Claro,
é controlada pela América Móvil e tem 23,1% do mercado.
O presidente da Telefónica,
César Alierta, já anunciou que a
operadora pretende reforçar
sua presença no Brasil, um dos
mercados de maior potencial
na América Latina, e se declarou disposto a adquirir as ações
da Portugal Telecom na Vivo.
"O pior cenário para a Telefónica seria que não tivesse a certeza de assumir o controle total
da Vivo e, ao mesmo tempo, a
América Móvil assumisse a liderança do mercado brasileiro", avaliou a Merrill Lynch.
A companhia tem valor de
mercado de cerca R$ 19 bilhões,
segundo dados da Bovespa do
final de outubro. A Merrill
Lynch estima que o valor da
empresa (incluindo dívidas)
atinja os 8,8 bilhões.
Uma aquisição dessa ordem
superaria em muito o compromisso de Alierta de investir no
máximo 1,5 bilhão em aquisições até o fim de 2007.
O UBS também considera
possível que a Telefónica participe de uma disputa no Brasil.
"A Telefónica poderia se ver
forçada a realizar uma transação dispendiosa", afirmou o
banco, acrescentando que, do
contrário, ela ficaria longe demais do líder do mercado brasileiro, já que a América Móvil
e a TIM deteriam mais de 50%
do setor de telefonia móvel.
Os analistas do Morgan Stanley afirmaram que a compra
da TIM Brasil facilitaria a implementação da tecnologia
GSM pela Vivo. O banco disse
não ter certeza sobre a necessidade de aprovação da Portugal
Telecom para uma eventual
compra que a Telefónica venha
a fazer de outra operadora de
telefonia móvel no Brasil.
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