São Paulo, quarta-feira, 08 de novembro de 2006

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Telefónica e mexicana devem disputar TIM

Operadora de celular detém 25% do mercado e sua compra é crucial para a liderança do setor no Brasil

ROBERT HETZ
DA REUTERS

O anúncio da Telecom Italia de que recebeu duas ofertas pela TIM Brasil pode ser o prelúdio de uma disputa muito aguerrida entre a espanhola Telefónica e sua rival mexicana América Móvil pelo controle da segunda maior operadora de telefonia móvel brasileira, disseram nesta terça-feira analistas em Madri e Londres.
"Em nossa opinião, a América Móvil pode ter chegado primeiro [na apresentação de proposta], mas a Telefónica fará uma contra-oferta", disse a Merrill Lynch em nota na qual rebaixou a "neutra" a recomendação de investimento em ações do grupo espanhol. Um porta-voz da Telefónica disse que a empresa não comenta "rumores de mercado".
A Telefónica divide com a Portugal Telecom o controle da Vivo, principal operadora brasileira de telefonia móvel, com 28,5 milhões de assinantes e participação de mercado de 29,9% -a TIM Brasil tem 25,1%. A terceira maior operadora de celular do país, a Claro, é controlada pela América Móvil e tem 23,1% do mercado.
O presidente da Telefónica, César Alierta, já anunciou que a operadora pretende reforçar sua presença no Brasil, um dos mercados de maior potencial na América Latina, e se declarou disposto a adquirir as ações da Portugal Telecom na Vivo.
"O pior cenário para a Telefónica seria que não tivesse a certeza de assumir o controle total da Vivo e, ao mesmo tempo, a América Móvil assumisse a liderança do mercado brasileiro", avaliou a Merrill Lynch.
A companhia tem valor de mercado de cerca R$ 19 bilhões, segundo dados da Bovespa do final de outubro. A Merrill Lynch estima que o valor da empresa (incluindo dívidas) atinja os 8,8 bilhões.
Uma aquisição dessa ordem superaria em muito o compromisso de Alierta de investir no máximo 1,5 bilhão em aquisições até o fim de 2007.
O UBS também considera possível que a Telefónica participe de uma disputa no Brasil. "A Telefónica poderia se ver forçada a realizar uma transação dispendiosa", afirmou o banco, acrescentando que, do contrário, ela ficaria longe demais do líder do mercado brasileiro, já que a América Móvil e a TIM deteriam mais de 50% do setor de telefonia móvel.
Os analistas do Morgan Stanley afirmaram que a compra da TIM Brasil facilitaria a implementação da tecnologia GSM pela Vivo. O banco disse não ter certeza sobre a necessidade de aprovação da Portugal Telecom para uma eventual compra que a Telefónica venha a fazer de outra operadora de telefonia móvel no Brasil.


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