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São Paulo pressiona o governo
federal para obter uma nova MP
ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL
São Paulo está pressionando o
governo federal para obter a publicação urgente de uma nova MP
(medida provisória) restabelecendo a vigência da Lei de Informática, disse o secretário paulista
de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento, José Aníbal. "Essa é
uma saída de emergência. A melhor solução seria a aprovação da
nova Lei de Informática."
O secretário fez essas declarações ao comentar a decisão do
STF (Supremo Tribunal Federal)
de cortar os benefícios fiscais concedidos à indústria de informática
e telecomunicações que estão fora
da Zona Franca de Manaus.
Folha - São Paulo teme perder
seu "Vale do Silício" com a decisão
do STF?
José Aníbal - Não. As empresas
que já estão instaladas no pólo
tecnológico de Campinas e no Vale do Paraíba vão continuar. Não
acredito que haja retroatividade
no pagamento do IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados).
Folha - Qual é a reação prática de
São Paulo?
Aníbal - Estamos trabalhando
em tempo integral para obter a
publicação de uma nova medida
provisória restabelecendo a vigência da Lei de Informática. A alternativa seria a publicação de um
decreto-lei pelo governo reduzindo as alíquotas do IPI. Não podemos perder um instrumento que
tem sido fundamental para o acolhimento do setor de informática
no Brasil. Em lugar nenhum do
mundo, esse setor se desenvolve
sem incentivos.
Folha - Qual é a melhor solução?
Aníbal - A MP, porque, ao garantir a lei como tal, preserva também a pesquisa e desenvolvimento, garante tudo. O decreto seria
uma transição, acreditando que
seja possível votar a nova lei ainda
neste ano.
Folha - São Paulo daria alguma
compensação às empresas instaladas no Estado?
Aníbal - Podemos estudar, enquanto vivemos a transição, mas
são soluções inusuais.
Folha - Qual tem sido a reação das
empresas instaladas no Estado?
Aníbal - As empresas estão assustadíssimas. O telefone não pára. A decisão do STF criou instabilidade num setor que tem como
parâmetros competitividade, logística, estabilidade de regras e
moldura institucional definida.
Folha - Como o governador Covas, que nesta semana não conseguiu vender a Cesp, recebeu esse
novo revés para o Estado?
Aníbal - Não é um revés apenas
para São Paulo, mas para o Brasil.
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