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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Na crise, reclamação trabalhista de terceirizado tem alta, diz estudo
Além da demissão de 1.300
funcionários, a Vale vai trocar
1.200 de seus terceirizados por
funcionários da própria empresa. A Votorantim também já começou a cortar seus profissionais contratados por terceirização. Essa situação não atinge
apenas as duas, e as reclamações trabalhistas na Justiça envolvendo terceirizados e empresas contratantes devem se
agravar nos próximos meses.
Os processos movidos por
profissionais terceirizados
contra as companhias contratantes do serviço estão em alta,
segundo levantamento da Sextante Brasil, consultoria especializada em gestão de pessoas,
com 77 empresas que empregaram, juntas, 873 mil funcionários, com faturamento bruto de
R$ 669 bilhões.
Em 2008, de todos os processos trabalhistas impetrados
contra as empresas pesquisadas, 51% foram relacionados a
funcionários terceirizados.
Nesses casos, a companhia é
envolvida no contencioso por
meio da chamada responsabilidade solidária. Em 2000, essa
relação era de 31%.
Para Rugenia Pomi, diretora-executiva da Sextante Brasil, trata-se de um problema que deve
se agravar com a crise. "Como a
tendência agora é que os contratos de terceirização sejam rompidos, esses processos trabalhistas
devem aumentar muito", afirma.
Os setores em que o problema mais aparece são comunicação e telecomunicação, químico e petroquímico, mineração, metalurgia e siderurgia, segundo a pesquisa.
O estudo também mostra
que o custo total com a terceirização diminuiu 16% no período. Em 2000, as empresas analisadas gastavam com terceirização 8,9% das despesas totais.
Em 2008, esse percentual foi
reduzido para 7,5%.
"Na tentativa de reduzir custos, muitas empresas fizeram
contratos de terceirização mal
conduzidos que podem sair mais
caros a partir de agora", afirma.
Pomi diz que, além de todas
as dificuldades pelas quais as
empresas estão passando nesta
crise, elas também terão de lidar com o crescimento do passivo trabalhista, pois, com a
avalanche de demissões, o momento de fazer reclamações
trabalhistas também chegou.
TACADA
O Mission Hills, o maior clube de golfe do mundo, vai
demitir 20% de seus funcionários, informou a Bloomberg.
O clube chinês, que sediou em novembro a Copa Mundial
de Golfe, não vai renovar o contrato dos trabalhadores
que vencem neste mês, segundo a Bloomberg. Hoje, o
Mission Hills tem 10 mil funcionários e 12 campos de golfe. O motivo do corte é a desaceleração econômica provocada pela crise, que deve reduzir os gastos com lazer.
UM GOLE
O abastecimento de copos e taças para as vendas de Natal
e Ano Novo das redes de varejo serão comprometidas por
conta das enchentes em Santa Catarina. As entregas dos fabricantes de copos e taças do Estado, cujas vendas costumam aumentar no final do ano, foram atrasadas após as tragédias que afetaram as indústrias locais, segundo Renata Camicado, responsável pela área financeira da Camicado, especializada em cama, mesa, banho e objetos de casa em geral.
"Os produtos já estavam produzidos, pois a compra é feita
antecipadamente, mas as entregas ficam em atraso", afirma.
A expectativa de Camicado é que a situação seja restabelecida no início do ano que vem. "Muitos fecharam as portas e
deram férias coletivas. Em janeiro tudo deve voltar ao normal", afirma.
SEM MERCADO
A venda do telefone da Apple
que navega pela internet pela
Claro e pela Vivo e a crise econômica praticamente exterminaram o mercado paralelo na Santa Ifigênia, onde, desde julho de
2007, era possível adquirir o
aparelho desbloqueado. Hoje
não se encontram mais iPhones
nas lojas da região paulistana
conhecida por ser a meca dos
eletrônicos trazidos ao Brasil de
forma irregular. Além do preço
oferecido pelas teles (média de
R$ 900 incluindo pacote de dados) ter pouca diferença com os
aparelhos antes vendidos na
Santa Ifigênia (R$ 700, sem garantia), a crise congelou a "importação" do iPhone via Paraguai, segundo os "distribuidores" ouvidos pela Folha.
BALANÇO
O livro "Defesa Comercial: o Brasil e o contencioso
na OMC" (Editora Saraiva)
será lançado amanhã, em
SP. Coordenada por Maria
Lucia Padua Lima e Barbara
Rosenberg, professoras do
GVlaw, programa da Direto
GV, a obra traz um balanço
sobre a atuação do Brasil no
Órgão de Soluções de Controvérsias da OMC. O livro
conta com depoimentos do
ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e dos
ex-ministros Celso Lafer e
Sérgio Amaral.
VIZINHANÇA
O fortalecimento da agenda
de integração produtiva no
Mercosul será debatido durante
a reunião plenária do Foro Consultivo de Municípios, Estados
Federados, Províncias e Departamentos do Mercosul, que
acontecerá no dia 15 de dezembro, na Costa do Sauípe (BA).
No evento, será lançada a proposta Encomex Mercosul (Encontros de Comércio Exterior),
com o objetivo de aproximar
compradores e fornecedores
dos países do Mercosul. Os setores de madeira e móveis de
Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai já trabalham em conjunto. A agenda de integração produtiva entre os quatro países
também prevê a adoção de estratégias de combate à febre aftosa, entre outras ações.
com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e JULIO WIZIACK
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