São Paulo, segunda-feira, 08 de dezembro de 2008

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Petrobras pode ter dinheiro das reservas

Recursos das reservas internacionais e de investidores externos garantiriam os investimentos da estatal, diz Lobão

Segundo ministro das Minas e Energia, petroleira negocia empréstimo de US$ 10 bi com a China e conversa com os Emirados Árabes


Eraldo Peres - 2.set.2008/Folha Imagem
Funcionário da Petrobras extrai petróleo na plataforma P-34, perto da costa do Espírito Santo

VALDO CRUZ
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse à Folha que a Petrobras negocia um empréstimo de US$ 10 bilhões com a China e pode até receber parte das reservas internacionais brasileiras caso ela necessite de recursos para garantir a implementação de seu cronograma de investimentos.
Ao dizer que não faltará à estatal recurso para investimentos, Lobão revelou que a "China está oferecendo à Petrobras US$ 10 bilhões em um primeiro momento" para desenvolver o petróleo do pré-sal e que, se necessário, o governo "usará parte das reservas externas do país", de cerca de US$ 200 bilhões, como empréstimo.
O ministro disse ainda que o novo modelo de exploração de petróleo pode ser definido na próxima semana e que a criação de uma estatal com o sistema de partilha de produção é a proposta que conta com maiores adesões. Segundo ele, o modelo de partilha, semelhante ao adotado na Noruega, deverá ser implantado no pré-sal.
"Em geral não se inventa nada. É mais ou menos o modelo da Noruega", disse. "A criação da estatal é, talvez, a proposta, no meu entendimento, que obtém maiores adesões [no governo]", afirmou.
O ministro, no entanto, acrescentou que o presidente Lula quer um debate público antes da decisão final.
Ele estima em US$ 30 o piso do preço do barril de petróleo para a exploração do pré-sal -na sexta, estava em US$ 41, o que levou o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, a dizer que esse patamar garantiria só o início da custosa prospecção, a uma profundidade de 7.000 metros na costa.
Lobão voltou a dizer que não haverá atraso no cronograma de construção das duas refinarias de gasolina de alta qualidade, no seu Estado (Maranhão) e no Ceará, mas não descartou alongamento de investimentos em outras refinarias, como vem sendo debatido na estatal.
O ministro disse ainda que estão em curso negociações com a China e com outros países, como os Emirados Árabes, para investimentos.


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