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Estatal já capta 35,84% de seu total de empréstimos em instituições brasileiras
LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A concorrência da Petrobras
pelos recursos oferecidos pelos
bancos nacionais não é resultado só da crise internacional.
Desde 2005, a parcela dos financiamentos obtidos pela empresa no país só cresce. Naquele ano, a Petrobras tomava
20,14% do total de empréstimos anuais em instituições
brasileiras. Neste ano, até setembro, já eram 35,84%.
Nesse mesmo período, os
empréstimos tomados no exterior caíram de R$ 35,8 bilhões
em 2005 para R$ 26,3 bilhões
em 2007 e voltaram a subir
neste ano, já totalizando R$
30,18 bilhões até setembro.
Na semana passada, o presidente Lula criticou a Petrobras
por haver tomado R$ 2,02 bilhões na Caixa Econômica Federal, o que, segundo ele, reduz
a oferta de dinheiro para empresas menores do país.
A Petrobras não quis comentar a sua estratégia de captações, mas disse que "sempre
busca as melhores condições
para captação de recursos, estejam elas no mercado externo
ou doméstico".
De acordo com analistas, dois
fatores explicam o aumento da
parcela de financiamentos internos no endividamento total
da empresa. O primeiro é o próprio aumento no investimento
da estatal. Em 2004, eram R$
22 bilhões em novos projetos.
Neste ano, são R$ 50 bilhões.
Com mais investimentos, precisou tomar mais dinheiro, e a
fonte primeira para essa expansão foi o BNDES.
Outro fator para a maior captação interna é o fato de que a
Petrobras só recebeu o selo de
grau de investimento no início
de 2007, o que, até a data, encarecia o crédito externo.
Segundo o analista da Corretora Ágora Luiz Otávio Broad,
uma demonstração da capacidade de endividamento externo da empresa foi dada no
anúncio recente de captações
de US$ 700 milhões de bancos
internacionais. "A Petrobras
mostrou que as linhas externas
não secaram, que existem opções para ela", diz Broad.
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