São Paulo, segunda-feira, 08 de dezembro de 2008

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Estatal já capta 35,84% de seu total de empréstimos em instituições brasileiras

LEANDRA PERES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A concorrência da Petrobras pelos recursos oferecidos pelos bancos nacionais não é resultado só da crise internacional.
Desde 2005, a parcela dos financiamentos obtidos pela empresa no país só cresce. Naquele ano, a Petrobras tomava 20,14% do total de empréstimos anuais em instituições brasileiras. Neste ano, até setembro, já eram 35,84%.
Nesse mesmo período, os empréstimos tomados no exterior caíram de R$ 35,8 bilhões em 2005 para R$ 26,3 bilhões em 2007 e voltaram a subir neste ano, já totalizando R$ 30,18 bilhões até setembro.
Na semana passada, o presidente Lula criticou a Petrobras por haver tomado R$ 2,02 bilhões na Caixa Econômica Federal, o que, segundo ele, reduz a oferta de dinheiro para empresas menores do país.
A Petrobras não quis comentar a sua estratégia de captações, mas disse que "sempre busca as melhores condições para captação de recursos, estejam elas no mercado externo ou doméstico".
De acordo com analistas, dois fatores explicam o aumento da parcela de financiamentos internos no endividamento total da empresa. O primeiro é o próprio aumento no investimento da estatal. Em 2004, eram R$ 22 bilhões em novos projetos. Neste ano, são R$ 50 bilhões. Com mais investimentos, precisou tomar mais dinheiro, e a fonte primeira para essa expansão foi o BNDES.
Outro fator para a maior captação interna é o fato de que a Petrobras só recebeu o selo de grau de investimento no início de 2007, o que, até a data, encarecia o crédito externo.
Segundo o analista da Corretora Ágora Luiz Otávio Broad, uma demonstração da capacidade de endividamento externo da empresa foi dada no anúncio recente de captações de US$ 700 milhões de bancos internacionais. "A Petrobras mostrou que as linhas externas não secaram, que existem opções para ela", diz Broad.


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