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FolhaInvest
Previdência cresce na crise e atinge pico
Participação da categoria na indústria de fundos soma 9,6% e atinge recorde -em 2000, fatia era inferior a 0,8% do total
Resultado mostra que, em meio à crise, investidores brasileiros têm destinado parte das economias para aplicações de longa duração
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em meio ao momento mais
crítico que o mercado de fundos brasileiro atravessa desde
2002, a categoria de previdência privada tem se destacado.
Com captação de R$ 6,72 bilhões no ano, os fundos de previdência alcançaram a maior
participação que já tiveram no
mercado, representando 9,61%
do patrimônio total. Em 2000,
respondiam por menos de 0,8%
da indústria de fundos.
Isso demonstra que, no atual
momento de crise, que tem
abatido especialmente o mercado acionário, uma das opções
dos investidores brasileiros
tem sido a de destinar parte de
suas economias para uma aplicação de longo prazo.
Com o crescente aporte de
recursos, os fundos de previdência passaram a contar com
o maior patrimônio líquido que
já registraram -alcança hoje os
R$ 106,97 bilhões.
Mesmo fundos de investimento mais tradicionais, como
a renda fixa, têm sofrido pesados saques no ano. A captação
líquida (diferença entre aplicações e resgates) da renda fixa
está negativa em R$ 43,45 bilhões no acumulado do ano, até
o último dia 1º, segundo a Anbid (Associação Nacional dos
Bancos de Investimento).
Outra aplicação conservadora, que acompanha a oscilação
das taxas de juros, os fundos DI
estão com captação negativa de
R$ 1,62 bilhão no ano.
A previdência privada deve
ser encarada como uma forma
de poupança de longo prazo,
com a intenção de evitar que a
pessoa sofra, na aposentadoria,
uma redução muito elevada em
sua renda, lembram os analistas. "O dinheiro que vai para a
previdência privada deve representar uma reserva que ajude na aposentadoria", diz a consultora de investimentos Márcia Dessen, da Bankrisk.
O fato de apenas cerca de 8%
dos fundos de previdência carregarem ações em suas carteiras fez com que a crise tivesse
um impacto menor na rentabilidade do segmento. Apenas
uma parcela pequena das aplicações de previdência sofreu de
forma mais intensa os efeitos
da crise atual, que tem punido
severamente a Bolsa de Valores
-no ano, a Bovespa amarga
desvalorização de 44,67%.
Pela lei, os fundos de previdência podem comprometer
um máximo de 49% de sua carteira com ações. Ou seja, mesmo os que perderam devem ter
tido depreciações menos intensas que a registrada pela Bolsa.
Os fundos balanceados, com
ações em sua composição, têm
patrimônio pequeno, de R$ 5,3
bilhões. No segmento, há também os fundos de previdência
multimercados com renda variável, que têm patrimônio de
R$ 3,49 bilhões.
O maior percentual dos fundos de previdência -cerca de
90% do total- são de renda fixa, o que significa que seguem
as oscilações dos juros e não as
da Bolsa. Esse segmento tem
rentabilidade média de 11% no
ano. Já os balanceados, que têm
ações, sofrem com retorno negativo de quase 20% em 2008.
"Essa opção [previdência
com ações] deveria ser escolhida apenas por quem está bem
distante da aposentadoria",
avalia Dessen.
Diferenças
Na hora de procurar um plano de previdência privada, o
aplicador terá de considerar diferentes fatores, como o tempo
que levará para começar a usufruir dos recursos, o quanto necessitará por mês e os anos que
poderá contribuir para o plano.
Além das diferentes características de retorno (como juros
e ações), os investidores devem
estar atentos ao perfil de cada
plano de previdência.
Para quem declara IR (Imposto de Renda) no modelo
completo, os analistas recomendam que se aplique em um
plano do tipo PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), que
dá ao investidor um incentivo
fiscal. Nesses planos, o aplicador pode deduzir até 12% de
sua renda bruta na declaração
anual.
O último bimestre do ano
costuma ter aportes mais elevados no PGBL. Quem aplicar
até o último dia útil do ano pode beneficiar-se do incentivo
fiscal já na declaração a ser entregue no ano seguinte.
Já para os que declaram o IR
no modelo simplificado ou é
isento do pagamento do imposto, recomenda-se o VGBL (Vida
Gerador de Benefício Livre).
Nesse tipo de plano de previdência, o IR irá incidir apenas
sobre o ganho de capital.
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