DA REPORTAGEM LOCAL

Um grupo de fabricantes afetados pela atuação do cartel internacional de telas de LCD já move uma ação em conjunto na Justiça dos EUA exigindo indenizações. Isoladamente, grandes fabricantes de eletroeletrônicos também movem ações. Entre eles estão Motorola, Nokia, Nintendo, Apple e até a operadora de telefonia americana AT&T.
Em geral, o motivo é o aumento de preço do componente, uma consequência inevitável da atuação do cartel. Estima-se que o sobrepreço tenha sido de cerca de 20%.
A americana Motorola processa a japonesa Sharp, fornecedora de telas de LCD usadas nos celulares modelo Razr, um de seus sucessos de venda, entre 2005 e 2006. A Dell também comprou telas da Sharp para seus notebooks, entre 2001 e 2006. A Apple usou o produto em seus iPods, entre setembro de 2005 e dezembro de 2006. A Nokia também processou seus fornecedores nos EUA e no Reino Unido.
Com a Nintendo, que fabrica videogames, a situação foi um pouco diferente. Em dezembro de 2008, a Hitachi Displays Ltd e a Sharp Corporation combinaram fixação de preços nas telas vendidas para a produção do Nintendo DS. Além disso, elas também acertaram não "ceder à pressão da Nintendo" para a redução de preço devido à escala da compra.
Dados do Departamento de Justiça dos EUA indicam que a venda de telas de LCD movimentou US$ 70 bilhões em 2006, ano de encerramento do cartel. Além de ter poucos participantes, esse mercado oferece barreiras a novos entrantes, exigindo investimentos de US$ 2 bilhões apenas para a montagem de uma linha de produção. Devido à concentração, o setor de eletroeletrônicos estava sem opção de compra, sofrendo ainda os efeitos do cartel.
No Brasil, as empresas também poderão entrar com processos indenizatórios, assim que a SDE conclua a investigação que depois será enviada ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que julgará o caso. (JW)


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