São Paulo, terça-feira, 08 de dezembro de 2009

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Nunca pensei que faria apologia ao consumo, diz Lula

Presidente afirma que aquecimento do mercado interno foi o fator central para o país superar a crise

MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A apologia ao consumo foi o fator central para a superação da crise econômica ao longo deste ano, disse ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao receber em São Paulo o prêmio "Brasileiro do Ano", promovido pela editora Três. "Fui tripudiado porque dizia que nós tínhamos uma marolinha", disse o presidente, relembrando a frase que utilizou no ano passado para definir o início da crise econômica mundial.
Segundo o presidente, ele consultou amigos e empresários no auge da crise e teria então tomado a decisão de criar medidas para aquecer o mercado interno. "Jamais na minha vida pensei que eu ia para a TV fazer apologia do consumo. Na juventude, eu era contra a sociedade consumista", afirmou.
Lula defendeu o consumo moderado como a mola propulsora para evitar a estagnação da economia. "A economia é uma roda-gigante", disse ele.
Lula criticou os pessimistas e também a imprensa. "No Brasil, tem uma coisa engraçada. Tem dia que você acorda, lê os jornais e a vontade é se matar, porque o mundo está acabando. E, se você então ficar só nas manchetes, é melhor nem sair de casa", disse o presidente.
Segundo Lula, existe "um certo azedume" na imprensa brasileira, que "muitas vezes não contribui quando permite que a mentira prevaleça sobre a verdade".
Ao finalizar o seu discurso, o presidente afirmou que, graças aos otimistas do país, aos empresários que não se acovardaram e aos intelectuais que tiveram a coragem de fazer o debate econômico, o Brasil saiu da crise mais forte. "E não tem mais volta", afirmou o presidente, acrescentando que os ciclos de vaivém na economia brasileira terminaram.
Lula enalteceu ainda as empresas brasileiras e a publicidade de grandes grupos econômicos que se vinculam à figura do presidente e ao momento positivo da economia. "Hoje eu sou um porta-voz, quase um garoto-propaganda das empresas brasileiras", afirmou.


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