São Paulo, quinta-feira, 09 de janeiro de 2003

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ANO DO DRAGÃO

Em dezembro, índice havia ficado em 2,61%; reajustes desaceleram tanto no atacado como no varejo

IGP-M perde fôlego e fecha em 1,34% na 1ª prévia do ano

BONANÇA MOUTEIRA
DA SUCURSAL RIO

A primeira prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) de janeiro sinalizou a interrupção da escalada da inflação e um ritmo menor dos reajustes dos preços no atacado e no varejo.
O índice alcançou 1,34%, abaixo, portanto, dos 2,61% da primeira prévia de dezembro. No acumulado dos últimos 12 meses, o IGP-M chegou a 26,52%.
O IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que mede os preços no varejo, desceu a 0,99%, contra 2,60% em dezembro. O IPA (Índice de Preços por Atacado) recuou de 2,70% para 1,52%.
Segundo o economista Salomão Quadros, coordenador da equipe da FGV (Fundação Getúlio Vargas), responsável pelo cálculo do índice, o resultado -o menor desde outubro de 2002- confirma a desaceleração da inflação, mas mostra que ainda não há qualquer evidência de queda nos preços finais ao consumidor.
O índice divulgado ontem foi apurado entre os dias 21 e 31 de dezembro e, portanto, ainda não reflete o último reajuste dos combustíveis efetuado pelo governo no início deste mês. Segundo Quadros, a próxima prévia já deverá refletir esse aumento.
O resultado, porém, já refletiu o movimento de queda do dólar, principalmente no atacado.
"A alta inflação foi causada por aumento de custos gerado pelo dólar", afirmou o economista.
O grupo dos alimentos foi a principal exceção no atacado, que repetiu em janeiro os 3,63% de alta verificados na primeira prévia de dezembro. Na contramão esteve a soja, que caiu 2,11%.
Em contrapartida, os transportes subiram apenas 0,22%, contra 5,37% do mês anterior.
Quadros informou ainda que a taxa de câmbio médio ficou em R$ 3,52 e, como o dólar continua em trajetória descendente, é provável que neutralize os efeitos do aumento dos combustíveis no índice cheio de janeiro. Outras fontes de pressão inflacionária esperadas para este mês são os impostos e o material escolar.
Entre as principais altas no atacado, destaque para a alface, que subiu 35,29%, e a mandioca, com alta de 18,82%. No varejo, pela primeira vez apareceu um remédio -vasodilatador para pressão arterial-, com alta de 2,63%.


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