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PETROBRAS
Alta externa do petróleo pode levar a aumento
Combustível pode subir antes de nova política sair, diz Dutra
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O novo presidente da Petrobras,
José Eduardo Dutra, afirmou em
entrevista à Folha que se for necessário os preços dos combustíveis serão reajustados mesmo antes de o governo fixar as diretrizes
da política para o setor.
Segundo Dutra, se o petróleo
disparar e for inevitável um aumento, ele ocorrerá. O objetivo é
não prejudicar a estatal nem seus
acionistas minoritários. Ele afirmou, porém, que o momento é favorável: o dólar, que também corrige o preço dos derivados, está
em trajetória de queda.
Com isso, uma alta de combustíveis pode ser evitada. Os preços
podem até mesmo recuar. "Não
vai ser necessário um aumento no
curto prazo", disse.
Dutra afirmou que a política comercial da Petrobras caberá à diretoria da estatal, respeitando as
orientações maiores do Ministério de Minas e Energia.
O governo estuda um modelo
para amortizar os reajustes ao
consumidor. Uma das propostas
é reduzir a Cide (Contribuição de
Intervenção do Domínio Econômico) quando o preço do óleo ou
do dólar disparar.
Assim, o ônus ficaria com o Tesouro -que perderia arrecadação-, e não com a Petrobras ou
com o consumidor.
A diretoria, ainda na fase da escolha de nomes, será mais técnica
do que política. "O núcleo será
técnico, com pessoas da própria
Petrobras que tenham experiência de gerência", disse Dutra.
Apesar do caráter técnico que
quer imprimir à estatal, Dutra
não descarta nomes políticos na
direção. As indicações, disse, não
dependem só dele. São também
de responsabilidade do Conselho
de Administração da estatal e do
presidente da República.
Em relação à licitação das plataformas P-51 e a P-52, o presidente
da Petrobras informou que deve
haver novo adiamento na data de
entrega das propostas.
Cerca de dez companhias estrangeiras e nacionais concorrem
à licitação, cujo valor total é próximo a US$ 1 bilhão. Segundo ele,
algumas pediram mais prazo para
avaliar melhor os projetos.
Alvo de críticas de Lula durante
a campanha, a licitação já foi adiada pela antiga direção da estatal.
O prazo para entrega dos envelopes era 16 de dezembro e passou
para o próximo dia 27.
Dutra afirmou que o Conselho
de Administração da empresa
-composto por três ministros de
Lula- poderá decidir sobre a nova data.
Escolhas
Todos os diretores, afirmou o
novo presidente, continuam em
seus postos e trabalhando normalmente. Só há uma vaga, por
enquanto. É a de diretor financeiro, que, segundo Dutra, será
preenchida ou por um técnico da
estatal ou por alguém trazido do
mercado financeiro, como tem sido tradição nas últimas gestões.
A Folha apurou que Dutra pediu ao diretor financeiro demissionário João Nogueira Batista
que indicasse um nome para comandar as finanças da estatal.
Nogueira Batista ainda não teria
respondido.
O diretor de Gás e Energia, Antonio Luiz Menezes, deve ser
mantido.
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