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CSN quer investir US$ 2,8 bi em mineração
Decisão do STJ contra a Vale pode favorecer siderúrgica e acirrar a disputa pelo bilionário mercado global de minério de ferro
Decisão do tribunal libera, ainda que provisoriamente, a CSN a vender ao exterior o minério da Casa de Pedra
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Em disputa com o Cade
(Conselho Administrativo de
Defesa Econômica), a Vale sofreu mais uma derrota na Justiça. O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça) derrubou liminar que a desobrigava
de cumprir decisão do órgão
até que a companhia recebesse
indenização da CSN pelo fim do
contrato de direito de preferência sobre a produção excedente de minério de ferro da
mina de Casa de Pedra, de propriedade da siderúrgica.
A decisão libera, ainda que
provisoriamente, a CSN para
vender ao exterior o minério da
Casa de Pedra e deixa a empresa mais perto de se tornar uma
grande concorrente da Vale,
acirrando a disputa pelo bilionário mercado global de minério de ferro.
A CSN tem planos de investir
US$ 2,8 bilhões em mineração
e ampliar a produção da mina
dos atuais 16 milhões de toneladas/ano para 70 milhões de toneladas. Maior mineradora de
ferro do mundo, a Vale projeta
uma produção de 330 milhões
de toneladas neste ano.
Em 2005, o Cade determinou
à Vale que optasse ou por vender a mineradora Ferteco, adquirida em 2001, ou abrisse
mão do contrato com a CSN
que lhe assegura a preferência
na compra do excedente de
produção da mina Casa de Pedra. A Vale escolheu a segunda
alternativa.
O órgão de defesa da concorrência diz que decisão visa evitar o "monopólio privado" da
produção de minério de ferro e
"contrabalançar o brutal poder
econômico" da mineradora.
A Vale, por sua vez, sustenta
que precisa ser indenizada pela
CSN pelas perdas resultantes
do fim do direito de preferência
sobre o minério de Casa de Pedra, cláusula negociada quando
as duas empresas optaram, em
2001, por descruzarem participações acionárias recíprocas.
Por trás de toda essa disputa,
está o ímpeto da Vale de barrar
uma nova concorrente nacional no mercado de minério de
ferro, dizem especialistas.
É que a CSN quer se tornar
uma empresa global de mineração. Para tal, precisa se livrar da
obrigatoriedade de oferecer
minério primeiro para a Vale.
Segundo a CSN, sua usina de
Volta Redonda (RJ) consome 8
milhões de toneladas de minério de ferro, e o excedente de
Casa de Pedra é vendido à Usiminas/Cosipa, Arcelor-Tubarão e à própria Vale. A companhia quer, porém, movimentar
até 100 milhões de toneladas de
minério até 2012.
Além da expansão da Casa de
Pedra, a CSN comprou a SFM,
que tem capacidade de produzir 7 milhões de toneladas.
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