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Produção de grãos deve ser recorde
Levantamentos do governo apontam para safra de 136 milhões de toneladas
Números divulgados pelo IBGE e pela Conab divergem,
porém, com relação à área plantada no país, que oscila
até 49 milhões de hectares
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A quarta estimativa da Conab (Companhia Nacional de
Abastecimento) divulgada ontem prevê volume recorde de
135,8 milhões de toneladas de
grãos para a safra 2007/2008,
aumento de 3,1% em relação à
safra anterior. Para o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção
crescerá 2,1%, para 135,7 milhões de toneladas.
Neste ano, a área plantada
crescerá 2,7%, estima o IBGE.
As culturas vão ocupar 49 milhões de hectares. Para a Conab, porém, permanece o incremento no rendimento das
lavouras. Segundo ela, a área
plantada no país deve fechar a
safra com aumento de apenas
0,3%, alcançando 46,37 milhões de hectares.
Para Neuton Rocha, gerente
do Levantamento Sistemático
da Produção Agrícola do IBGE,
até agora o clima não trouxe
surpresas desagradáveis aos
produtores agrícolas.
Segundo ele, "as condições
são favoráveis" para a safra
2008, e os problemas registrados pela estiagem em alguns
Estados serão "compensados
pelo aumento da produtividade" em outras regiões.
A se confirmarem os dados
da Conab, a produção total de
feijão será de 3,27 milhões de
toneladas, ante os 3,34 milhões
de toneladas colhidas na safra
passada, de 2006/2007. O IBGE também constatou essa
tendência de recuo.
A colheita do feijão, produto
cujos preços dispararam no
ano passado por causa da quebra de safra, deve cair 1,2%.
Os problemas na primeira safra de feijão de 2008, diz Neuton Rocha, ocorrem em razão
"da estiagem prolongada" em
algumas áreas, o que afetou a
produtividade. De acordo com
ele, porém, "é possível que o
plantio da segunda safra seja
maior e atenue essas condições
de mercado adversas". O feijão
tem três colheitas ao ano.
Trigo
Já o trigo, que o Brasil tradicionalmente produz abaixo do
volume consumido internamente, teve expansão de área
plantada de 3,5%, para 1,82 milhão de hectares, informou a
Conab. Em produção, serão
71,5% mais na colheita atual
-3,83 milhões de toneladas.
O Brasil consome anualmente cerca de 10 milhões de toneladas de trigo, em produtos como pães, biscoitos e massas. O
que não é produzido no país é
importado da Argentina a tarifa
zero, por integrar o Mercosul.
Neste ano, porém, há previsão de problemas, pois a Argentina comercializou toda a safra
sem atender às necessidades do
Brasil, na avaliação da Abitrigo
(Associação Brasileira da Indústria do Trigo). A associação
pediu ao governo para baixar a
tarifa de importação do trigo de
outros países, como EUA e Canadá, mas a resposta oficial deve sair apenas em fevereiro.
Entre as culturas, a predominância continua da soja, com
58,2 milhões de toneladas. Em
segundo lugar, fica o milho,
com 53,4 milhões de toneladas.
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