São Paulo, sexta-feira, 09 de janeiro de 2009

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Inflação para famílias de baixa renda tem a maior alta desde 2004

Aumento de preços para os mais pobres superou o da média da população

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A inflação das famílias de baixa renda terminou 2008 com alta de 7,37%, a maior taxa desde 2004, quando o índice começou a ser calculado pela Fundação Getulio Vargas. Os alimentos foram os principais responsáveis pela alta de preços e representaram 65% da inflação acumulada no ano.
A inflação dos mais pobres superou a da média da população pelo segundo ano seguido. O IPC-Brasil, que abrange famílias com renda de até 33 salários mínimos, fechou 2008 com alta de 6,07%.
A alimentação tem um peso maior no orçamento das famílias mais pobres. Para as famílias com renda de um a dois salários mínimos e meio, ela representa 40,98% dos gastos. No IPC-Brasil, o peso é de 28,77%.
Segundo André Braz, coordenador de Índices de Preços ao Consumidor da FGV, em 2008 a pressão nos preços de alimentos atingiu uma gama maior de produtos. O grupo alimentação registrou alta de 12,14%. A alta nos preços de arroz, feijão e carne correspondeu a 20% da taxa de inflação do ano passado. Outros produtos, como derivados da soja e do trigo, também registraram alta.
"A alta ocorreu em diversos produtos, com o aumento da demanda por arroz no mercado internacional, a entressafra do feijão e a escassez de gado para abate em junho e o problema com a importação de trigo da Argentina", afirma Braz.
Para 2009, com a perspectiva de desaceleração da economia, Braz diz que a tendência é que os preços dos alimentos subam menos. "Esperamos que a participação dos alimentos recue um pouco em razão do comportamento dos preços de commodities. Precisaremos contar com sorte na parte agrícola porque alguns produtos dependem da variação climática."
Em compensação, as tarifas públicas deverão afetar o índice, principalmente as que usam algum tipo de indexador associado à inflação, como energia, água, tarifas de ônibus e telefonia. Em 2008, o aluguel residencial foi a terceira maior influência de alta (5,95%).


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