São Paulo, sexta-feira, 09 de janeiro de 2009

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Juro britânico é o menor em 315 anos

Com economia local em recessão, BC segue tendência mundial e corta taxa em 0,5 ponto, para 1,5%

Medida do Reino Unido e dados econômicos ruins devem aumentar pressão para que o BC da zona do euro acelere seus cortes

DA REDAÇÃO

Com a economia britânica caminhando para a pior recessão em ao menos 18 anos, o Banco da Inglaterra (o BC do país) reduziu a taxa de juros para o menor nível desde a criação da entidade, em 1694.
A taxa de juros do Reino Unido, que nessa mesma época no ano passado era a maior do G7 (grupo das sete economias mais industrializadas), agora segue a linha de EUA e Japão e se aproxima cada vez mais do 0%. Ontem, o banco central britânico reduziu os juros anuais em mais 0,5 ponto percentual, para 1,5%, patamar nunca visto na sua história de 315 anos. Em janeiro do ano passado, a taxa estava em 5,5%.
"A economia parece estar vivendo um recuo sincronizado e inusualmente agudo. Índices de confiança das empresas e dos consumidores caíram acentuadamente. O comércio mundial neste ano parece ser o mais fraco em algum tempo", afirma o Banco da Inglaterra ao justificar a sua decisão.
A economia britânica se contraiu entre abril e setembro do ano passado e está oficialmente em recessão, e o BC local disse ontem que não há perspectivas de mudança no curto prazo. Pelo menos para o primeiro semestre, a previsão do Banco da Inglaterra é que a economia local terá uma contração aguda.
O FMI afirmou em novembro que a economia britânica encolheria 1,3% neste ano, mas, um mês depois, disse que a situação global piorou e que, neste mês, anunciará reduções nas suas previsões. Caso a estimativa inicial do FMI se confirme, a retração do Reino Unido será a maior desde 1991, quando a economia encolheu 1,4%.
A decisão do Reino Unido também deve aumentar a pressão para que o BCE (Banco Central Europeu) também corte os seus juros. O BC da zona do euro tem sofrido críticas por não cortar os juros na mesma intensidade que a dos seus colegas britânicos, americanos e japoneses. Apesar disso, o seu principal dirigente, Jean-Claude Trichet, não deu sinais de que haverá nova redução na reunião da semana que vem.
Outro fator que deve elevar as reclamações para que o BCE acelere seus cortes é a série de dados econômicos sobre o bloco divulgados ontem. Além de confirmarem que a zona do euro entrou em recessão no terceiro trimestre, eles apontaram que a taxa de desemprego chegou a 7,8% em novembro, a maior em quase dois anos. E o índice de confiança na economia de empresas e consumidores atingiu o menor nível desde a sua criação, em 1985.


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