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Juro britânico é o menor em 315 anos
Com economia local em recessão, BC segue tendência mundial e corta taxa em 0,5 ponto, para 1,5%
Medida do Reino Unido e dados econômicos ruins devem aumentar pressão para que o BC da zona do euro acelere seus cortes
DA REDAÇÃO
Com a economia britânica
caminhando para a pior recessão em ao menos 18 anos, o
Banco da Inglaterra (o BC do
país) reduziu a taxa de juros para o menor nível desde a criação da entidade, em 1694.
A taxa de juros do Reino Unido, que nessa mesma época no
ano passado era a maior do G7
(grupo das sete economias
mais industrializadas), agora
segue a linha de EUA e Japão e
se aproxima cada vez mais do
0%. Ontem, o banco central
britânico reduziu os juros
anuais em mais 0,5 ponto percentual, para 1,5%, patamar
nunca visto na sua história de
315 anos. Em janeiro do ano
passado, a taxa estava em 5,5%.
"A economia parece estar vivendo um recuo sincronizado e
inusualmente agudo. Índices
de confiança das empresas e
dos consumidores caíram
acentuadamente. O comércio
mundial neste ano parece ser o
mais fraco em algum tempo",
afirma o Banco da Inglaterra ao
justificar a sua decisão.
A economia britânica se contraiu entre abril e setembro do
ano passado e está oficialmente
em recessão, e o BC local disse
ontem que não há perspectivas
de mudança no curto prazo. Pelo menos para o primeiro semestre, a previsão do Banco da
Inglaterra é que a economia local terá uma contração aguda.
O FMI afirmou em novembro que a economia britânica
encolheria 1,3% neste ano, mas,
um mês depois, disse que a situação global piorou e que, neste mês, anunciará reduções nas
suas previsões. Caso a estimativa inicial do FMI se confirme, a
retração do Reino Unido será a
maior desde 1991, quando a
economia encolheu 1,4%.
A decisão do Reino Unido
também deve aumentar a pressão para que o BCE (Banco
Central Europeu) também corte os seus juros. O BC da zona
do euro tem sofrido críticas por
não cortar os juros na mesma
intensidade que a dos seus colegas britânicos, americanos e
japoneses. Apesar disso, o seu
principal dirigente, Jean-Claude Trichet, não deu sinais de
que haverá nova redução na
reunião da semana que vem.
Outro fator que deve elevar
as reclamações para que o BCE
acelere seus cortes é a série de
dados econômicos sobre o bloco divulgados ontem. Além de
confirmarem que a zona do euro entrou em recessão no terceiro trimestre, eles apontaram
que a taxa de desemprego chegou a 7,8% em novembro, a
maior em quase dois anos. E o
índice de confiança na economia de empresas e consumidores atingiu o menor nível desde
a sua criação, em 1985.
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