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Bolsa descola de cenário externo e tem alta de 2,87%
Estrangeiros compram mais ações; dólar sobe a R$ 2,29
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa escapou do mau
humor que afetou o mercado
internacional. Apoiada nos ganhos de seus principais papéis,
a Bolsa de Valores de São Paulo
conseguiu apreciação de 2,87%
ontem, para encerrar as operações a 41.990 pontos. A alta da
Bolsa em 2009 está em 11,82%.
Já o mercado de câmbio operou atento ao cenário internacional desanimador e o resultado foi a nova alta vivenciada pelo dólar, que subiu 2,32% diante do real. Vendido a R$ 2,292, o
dólar ainda registra recuo de
1,76% na semana.
Apesar de o cenário externo
não estar sendo muito animador, a participação mais efetiva
dos investidores estrangeiros
neste começo de ano tem sido
relevante para a Bovespa se
manter em terreno positivo.
Até o dia 6, o saldo das operações dos estrangeiros na Bolsa
estava positivo em R$ 960,9
milhões -isso significa que
mais compraram que venderam ações no período.
Os estrangeiros responderam por 35,5% das operações
realizadas em 2008. Ao retirarem R$ 24,6 bilhões do pregão
doméstico no ano passado, foram decisivos para a Bovespa
encerrar o ano com desvalorização acumulada de 41,22%.
Além disso, com a fuga de capital externo os IPOs (ofertas
iniciais de ações) foram inibidos: foram 64 estreias em 2007,
e apenas 4 companhias lançaram novas ações em 2008.
"Os IPOs devem apenas voltar a se destacar em 2010. Não
vejo uma mudança nesse cenário em 2009. Os estrangeiros,
que sustentaram os IPOs em
2007, vão demorar para retornar com grande apetite para o
mercado local", afirma Pedro
Paulo Silveira, economista-chefe da Gradual Corretora.
Dentre as principais valorizações de ontem na Bolsa paulista apareceram os papéis das
maiores companhias brasileiras. A ação PN da Petrobras subiu 4,29%, mesmo com o petróleo em baixa de 2,18% no exterior (o petróleo fechou a US$
41,70 em Nova York). A ação
preferencial "A" da Vale também teve bom resultado, e fechou com alta de 3,17%. Esses
papéis costumam estar entre os
favoritos dos estrangeiros.
O mercado internacional se
deparou ontem com diferentes
dados econômicos desanimadores, como as fracas vendas no
varejo nos Estados Unidos e a
queda recorde no grau de confiança nas perspectivas econômicas na zona do euro.
A Bolsa de Frankfurt recuou
1,17%; Londres fechou com
perdas de 0,05%. Em Wall
Street, o mercado também não
escapou do vermelho: o índice
Dow Jones, que reúne as ações
americanas de maior liquidez,
teve baixa de 0,31%.
O Wal-Mart, que informou
que teve vendas fracas em dezembro, além de reduzir sua
previsão de lucro trimestral, favoreceu o fraco desempenho
do mercado americano.
Ontem o banco central da Inglaterra reduziu sua taxa de juros de referência de 2% para
1,5%. Como a decisão era
aguardada, pouco mexeu com
os mercados.
Juros em baixa
A espera por uma retração no
resultado do PIB do quarto trimestre de 2008 tem favorecido
a baixa das taxas de juros no
pregão da BM&F (Bolsa de
Mercadorias & Futuros). Para o
contrato DI com vencimento
em 60 dias, a taxa recuou de
13,23% para 13,17%. No papel
com resgate em 12 meses, os juros projetados caíram de
12,06% para 11,88%.
O atual patamar dos juros futuros sinaliza que a expectativa
predominante no mercado é de
corte de 0,50 ponto percentual
na taxa básica brasileira na reunião do Copom deste mês. A taxa Selic está em 13,75%.
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