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Ex-executivo nos EUA acusa Petrobras de receber propina
Italiano diz à Justiça americana que subornou funcionários de estatais e empresas de energia de vários países em 2007
Total de supostas propinas pagas por Mario Corvino chegaria a US$ 1 milhão; Petrobras não comenta suposto suborno
DA SUCURSAL DO RIO
DE NOVA YORK
Ex-executivo de uma empresa de sistemas de válvulas de
controle afirmou à Justiça dos
EUA a participação num suposto esquema de pagamento de
propinas no valor de US$ 1 milhão, distribuídas a funcionários de estatais de vários países,
incluindo a Petrobras.
Procurada para comentar a
denúncia, a Petrobras não havia se pronunciado até a conclusão desta edição.
Segundo nota do Departamento de Justiça dos EUA, Mario Corvino, 44, cidadão italiano residente em Irvine, Califórnia, declarou-se culpado em
processo de corrupção, que teve origem numa investigação
do FBI sobre sua atuação como
diretor mundial de vendas de
uma empresa de válvulas.
A companhia, de Orange
County (Califórnia), não teve
seu nome revelado. Fornecia
válvula de controle a indústrias
nucleares, de petróleo e gás e
geração de energia elétrica.
Nos documentos do acordo
de Corvino com a Justiça, a empresa envolvida é citada como
"Companhia A". A Folha apurou que a empresa de válvulas
Control Components Inc
(CCI), na região de Rancho
Santa Margarita, faz negócios
com a estatal brasileira.
Contatada pela Folha, a assessoria de imprensa disse apenas que "já sabia do que se tratava, mas não poderia comentar o assunto". Na noite de ontem, a CCI divulgou comunicado confirmando que um ex-funcionário fizera acordo com
o Departamento da Justiça. A
nota diz que "a IMI [grupo proprietário da CCI] iniciou uma
investigação independente a
respeito de pagamentos irregulares associados com certos
contratos de venda em agosto
de 2007". "Esta investigação já
terminou e continuamos a esperar que a questão seja resolvida com a Justiça", afirma.
Segundo o Departamento de
Justiça, foram feitos pagamentos irregulares a funcionários
de estatais do Brasil, da China,
da Índia, da Coreia, da Malásia
e dos Emirados Árabes Unidos.
Para obter contratos, Corvino distribuiu propinas de março a agosto de 2007 a funcionários responsáveis por contratar
os serviços e escolher fornecedores, relata o documento.
Com o suposto esquema, a empresa lucrou US$ 5 milhões.
Ele também confessou burlar com informações falsas
uma auditoria interna, em
2004, para apurar o pagamento
das comissões aos funcionários. Corvino fez acordo com a
Justiça pelo qual concordou
em cooperar na investigação
em curso, que busca outros envolvidos. Ele irá a julgamento
em julho e pode ser condenado
a até cinco anos de prisão.
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