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Golfe serve a executivo
para tratar de negócios
DA REPORTAGEM LOCAL
Um esporte que estimula horas
de convivência, em que o rival é o
campo, não o companheiro de caminhada, tem servido a executivos para tratar de negócios.
General Motors, Mercedes-Benz e Bayer figuram no grupo de
empresas que detêm títulos de
clubes de golfe e os oferecem a
seus profissionais de primeira linha para que os utilizem em contatos com clientes e fornecedores.
Mesmo procedimento é adotado
pelos private banks (que atendem
grandes investidores pessoa física, aqueles que dispõem de pelo
menos R$ 500 mil para investir).
""É um facilitador. O golfe me
permite conhecer as pessoas, conversar, criar um tipo de relacionamento que não se resume apenas
a negócio, mas de confiança", diz
Alexandre Novaes, vice-presidente do ABN-Amro.
A chegada de membros de companhias estrangeiras ao país, com
a abertura da economia, a partir
de 1992, estimulou esse tipo de
trato, comenta Álvaro Almeida,
presidente da Federação Paulista
de Golfe e membro da diretoria
do SBT. ""Essa turma de executivos que veio para o Brasil com a
globalização, americanos, espanhóis, era praticante em seus países. Muitos recebem os títulos e o
pagamento das despesas dos clubes como complemento de seus
salários", afirma Almeida.
Os próprios executivos tentam
explicar possíveis vantagens do
golfe, como condutor de negócios, sobre outras modalidades
tradicionais e ainda elitistas, como o tênis. Primeiro, de acordo
com eles, o fato de que uma partida dura em média quatro horas,
parte considerável gasta em caminhadas -e conversas.
A outra, mais importante: em
tese, não se concorre contra o parceiro, mas com o campo. O objetivo é cumprir o percurso (18 ou 9
buracos) com o menor número
de tacadas. ""Acaba-se criando
um vínculo amistoso entre os
praticantes, que tem como tendência natural estender-se a uma
relação comercial", diz Almeida.
Não são poucas as empresas
que o procuram com um encargo: marcar partidas com membros de companhias com as quais
pretendem fechar acordos.
No Estado de São Paulo há 27
campos filiados à Federação Paulista de Golfe. Outros nove campos privados (em casas ou fazendas) não estão filiados. Estima-se
que no país todo sejam 62 campos e cerca de 16 mil praticantes.
Em média, um título social de um
clube custa R$ 70 mil -o do mais
tradicional, o São Paulo Golf
Club, custa cerca de R$ 110 mil. O
mais barato não sai por menos de
R$ 30 mil.
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