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São Paulo, domingo, 09 de fevereiro de 2003

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Golfe serve a executivo para tratar de negócios

DA REPORTAGEM LOCAL

Um esporte que estimula horas de convivência, em que o rival é o campo, não o companheiro de caminhada, tem servido a executivos para tratar de negócios.
General Motors, Mercedes-Benz e Bayer figuram no grupo de empresas que detêm títulos de clubes de golfe e os oferecem a seus profissionais de primeira linha para que os utilizem em contatos com clientes e fornecedores. Mesmo procedimento é adotado pelos private banks (que atendem grandes investidores pessoa física, aqueles que dispõem de pelo menos R$ 500 mil para investir).
""É um facilitador. O golfe me permite conhecer as pessoas, conversar, criar um tipo de relacionamento que não se resume apenas a negócio, mas de confiança", diz Alexandre Novaes, vice-presidente do ABN-Amro.
A chegada de membros de companhias estrangeiras ao país, com a abertura da economia, a partir de 1992, estimulou esse tipo de trato, comenta Álvaro Almeida, presidente da Federação Paulista de Golfe e membro da diretoria do SBT. ""Essa turma de executivos que veio para o Brasil com a globalização, americanos, espanhóis, era praticante em seus países. Muitos recebem os títulos e o pagamento das despesas dos clubes como complemento de seus salários", afirma Almeida.
Os próprios executivos tentam explicar possíveis vantagens do golfe, como condutor de negócios, sobre outras modalidades tradicionais e ainda elitistas, como o tênis. Primeiro, de acordo com eles, o fato de que uma partida dura em média quatro horas, parte considerável gasta em caminhadas -e conversas.
A outra, mais importante: em tese, não se concorre contra o parceiro, mas com o campo. O objetivo é cumprir o percurso (18 ou 9 buracos) com o menor número de tacadas. ""Acaba-se criando um vínculo amistoso entre os praticantes, que tem como tendência natural estender-se a uma relação comercial", diz Almeida.
Não são poucas as empresas que o procuram com um encargo: marcar partidas com membros de companhias com as quais pretendem fechar acordos.
No Estado de São Paulo há 27 campos filiados à Federação Paulista de Golfe. Outros nove campos privados (em casas ou fazendas) não estão filiados. Estima-se que no país todo sejam 62 campos e cerca de 16 mil praticantes. Em média, um título social de um clube custa R$ 70 mil -o do mais tradicional, o São Paulo Golf Club, custa cerca de R$ 110 mil. O mais barato não sai por menos de R$ 30 mil.



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