São Paulo, sexta-feira, 09 de fevereiro de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Críticas a BC são "injustas", afirma diretor do Bradesco

As críticas feitas sobre a atuação do Banco Central são injustas e inoportunas. Em primeiro lugar porque os juros estão caindo. Em segundo, porque não se pode ter preferência a respeito de taxa de câmbio. A opinião é de Octavio de Barros, diretor de pesquisa macroeconômica do Bradesco.
"Muito possivelmente [os juros] continuarão caindo em uma "cachoeira de sete quedas" até o final do ano, terminando em 11,25%", diz Barros, referindo-se às próximas reuniões do Copom.
Segundo ele, se a trajetória for interrompida, é porque foi necessário. "Não dá para questionar que o Banco Central tem muito mais informações do que nós, pobres mortais, por mais competentes que nos julguemos no monitoramento de indicadores de alta freqüência."
Quanto às intervenções no mercado de câmbio, Barros diz que elas começaram a menos de dois anos e que, até agora, o BC comprou US$ 64,2 bilhões, enquanto o Tesouro comprou US$ 29,9 bilhões e a redução da dívida interna em dólares foi de US$ 36,2 bilhões.
A intervenção governamental total nos últimos dois anos e três meses atingiu US$ 130,3 bilhões, o que, segundo ele, "é para ninguém botar defeito". De acordo com Barros, o BC agiu de forma "oportunista", fortalecendo as resistências do Brasil a choques externos.
"As pessoas têm que entender que tudo o que é bom aprecia câmbio e o mundo hoje tem uma leitura generosa a respeito do Brasil", diz e cita os investimentos diretos, que atingiram quase US$ 33 bilhões nos últimos 12 meses. Com os números, Barros prevê que a balança comercial chegue a um saldo superior a US$ 40 bilhões.
Em termos de taxa de câmbio, ele diz que o BC pode tudo no curto prazo, muito pouco no curto-médio prazo e quase nada no médio e longo prazo. "Em regime de câmbio flutuante, não nos é dado o direito de ter preferências a respeito de taxa de câmbio."

Meirelles grava comercial na China para Nike

O cineasta brasileiro Fernando Meirelles produziu, na China, um comercial da Nike, para veiculação exclusiva na Ásia e na Oceania. O trabalho foi gravado no final do ano passado.
Mais de dez profissionais da produtora O2 Filmes estiveram na China para produzir a nova campanha da marca na região.
O filme teve orçamento de US$ 2 milhões e criação de Wieden + Kennedy. A produção foi feita em seis dias, em mais de 20 locações entre Xangai e Pequim.
O trabalho, com 1.500 extras, teve participação de mais de 60 atores ao lado do chinês Liu Xiang, recordista mundial dos 110 metros. Outros atletas participaram.

análise

Comércio é maior fator de pressão da moeda

A pressão sobre a moeda brasileira advém principalmente do setor comercial. A análise é do sócio da Tendências Consultoria Nathan Blanche, baseado nos dados de fluxo cambial de janeiro.
Segundo ele, é fato que esse dado deve ter sido afetado por alguma operação pontual de antecipação de exportação, uma vez que mostrou um saldo comercial de US$ 10 bilhões, muito acima da média dos últimos meses.
"O ponto é que, mesmo que tenha sido uma operação de antecipação de exportação, isso significa saídas físicas dentro de alguns meses", diz. Neste sentido, na sua opinião, não se pode dizer que esse fluxo não está amparado nos fundamentos econômicos.
O BC já adquiriu cerca de 25% do estimado de sobra de dólares para todo o ano. Segundo Blanche, o BC sinaliza que vai adquirir toda a sobra de dólares ou até mais. "O dólar deve voltar a operar ao redor de R$ 2,13 no curto e médio prazo."

DIREÇÃO DEFENSIVA
No Baile de Carnaval da Vogue, que acontece hoje à noite, será lançada uma nova parceria do Movimento Piloto da Vez, da Johnnie Walker, campanha da marca pelo consumo responsável de bebidas alcoólicas. Após a festa, os convidados poderão ser levados para casa em um táxi estilizado para a campanha. Acompanhando os 1.500 convites, as empresas enviaram um cartão com o telefone da central radiotáxi Vermelho e Branco. "O objetivo foi sugerir aos convidados que, se forem ingerir alcoólicos, agendem um táxi para a ida e a volta", diz Eduardo Bendzius, diretor de marketing da Diageo. A marca também fechou parceria com as cooperativas Radio Taxi Salvador e Coopetaxi, em Salvador e Recife, respectivamente.

ECONOMIA NO BRASIL
A Editora Saraiva acaba de lançar a terceira edição do livro "Economia Brasileira" (304 páginas), de Antonio Corrêa de Lacerda, Idelbrando Bocchi, José Marcio Rêgo e Rosa Maria Marques. A nova edição, revista e ampliada, traz informações desde o período colonial até uma visão do primeiro mandato do presidente Lula.

DESENVOLVIMENTO
A Comissão Européia vai doar 7,5 milhões para o Ministério do Planejamento tocar um projeto de treinamento de gestores municipais com foco nas regiões Norte e Nordeste. A ação será implementada pelo BID. O governo vai arcar com 7,5 milhões como contrapartida. A duração prevista para a iniciativa é de quatro anos. Entre 30 e 40 cidades devem participar diretamente do projeto.

ETANOL
Projeto piloto a ser desenvolvido por Brasil e EUA para a conversão do consumo de petróleo em etanol terá o apoio das empresas de Piracicaba. A Apex, que firmou acordo com a prefeitura, prevê para dois anos o prazo para o Brasil se transformar em provedor de equipamentos e serviços para a produção de energias renováveis.

NA LINHA
A Oi, em parceria com a Motorola, acaba de lançar um serviço de convergência da telefonia fixa e móvel, o Oi Flex. Ele permite efetuar e receber ligações, quando estiver em casa, como se fosse um telefone fixo. O sistema pode ser usado nos planos pré ou pós-pago.

A COMILANÇA
Um restaurante de Bancoc, na Tailândia, cobrará US$ 29.134 por pessoa por um jantar no qual serão servidos 11 pratos durante o próximo final de semana. As refeições serão preparadas por seis chefs que têm três estrelas concedidas pelo Guia Michelin.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA

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