|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pensionistas do INSS não terão benefício corrigido
Vitória no Supremo impede INSS de gastar R$ 10 bi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O STF (Supremo Tribunal
Federal) deu vitória ao governo
na batalha judicial travada pelo
INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) com 100 mil segurados contra a correção no
valor das pensões por morte
concedidas antes de 1995. A decisão livrou o Tesouro Nacional
de prejuízo imediato estimado
em R$ 10 bilhões.
Por 7 votos a 4, os ministros
do STF negaram aos antigos
pensionistas o direito à pensão
integral e disseram que, antes
da edição de uma lei concedendo a integralidade, em 1995 (lei
nš 9.032, de 28 de abril daquele
ano), o valor estava limitado a
80% do benefício recebido pela
pessoa que morreu.
Estima-se que 100 mil pessoas entraram na Justiça a partir de 1995 tentando elevar a
pensão para 100%. Se fossem
vitoriosas, elas teriam a correção do valor e receberiam a diferença a mais dos cinco anos
anteriores à data de início do
seu processo e a do período de
sua tramitação judicial. Abriria
ainda a possibilidade para que
outros pensionistas pudessem
entrar com ação.
Súmula vinculante
O plenário do STF julgou
dois recursos, que servirão de
referência para toda a batalha.
Hoje, em um procedimento
inédito, eles irão julgar outros
4.907 processos semelhantes e
deverão estender a decisão a
eles também.
O ministro Gilmar Mendes
disse que o STF poderá editar
uma súmula vinculante consolidando o entendimento do tribunal sobre o tema.
Ela dependerá da anuência
de 8 dos 11 ministros. Se for editada, a orientação do STF terá
de ser seguida pelas instâncias
inferiores, que vinham decidindo contra o governo.
O ministro da Previdência,
Nelson Machado, que assistiu
ao julgamento no plenário do
STF, comemorou a decisão:
"Ela nos tira uma grande preocupação com esse possível "esqueleto" que vinha rondando os
cofres da Previdência."
A pensão por morte é concedida ao cônjuge do contribuinte morto e aos dependentes dele com menos de 21 anos de idade ou incapazes. Também têm
direito a ela os pais, se forem
dependentes, e irmãos com
menos de 21 anos ou inválidos.
Os quatro votos a favor da
pensão integral foram dados
pelos ministros Eros Grau,
Carlos Ayres Britto, Cezar Peluso e Sepúlveda Pertence.
Foram contra a revisão os
ministros Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e
Cármen Lúcia Antunes Rocha,
que acompanharam o relator,
Gilmar Mendes, nas sessões
anteriores. Ontem, também votaram contra Marco Aurélio
Mello, Celso de Mello e Ellen
Gracie.
(SILVANA DE FREITAS)
Texto Anterior: Fórum proporá mudanças no INSS em seis meses, diz Dilma Próximo Texto: Aposentadoria: Previdência privada avança 18% e saldo supera R$ 100 bi Índice
|