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Caso Société Générale envolve outro operador
DO "FINANCIAL TIMES"
A Justiça francesa determinou ontem que Jérôme Kerviel, o corretor acusado de provocar um prejuízo bilionário ao
banco francês Société Générale, deve ficar detido durante as
investigações do caso -segundo a Associated Press, ele está
detido nos arredores de Paris.
Ao mesmo tempo, um funcionário de uma corretora controlada pelo Société Générale,
Moussa Bakir, foi interrogado
pela polícia francesa sob suspeita de conexão com Kerviel.
A conexão foi descoberta na
noite de quarta pelos investigadores internos do banco, que
localizaram mensagens antes
desconhecidas entre os dois.
O Société Générale imediatamente alertou a polícia, e o juiz
que preside a investigação pediu que a informação não fosse
revelada antes de ontem, para
permitir uma busca nas instalações da corretora.
Bakir trabalhava para a divisão Fimat da empresa, que após
janeiro foi fundida com a Calyon Financial, a corretora do
Crédit Agricole.
De acordo com sites de redes
sociais, Bakir, 32, era corretor
na Fimat e doutorado pela Universidade de Aix-em-Provence.
A polícia francesa chegou aos
escritórios da Fimat, no centro
de Paris, para uma busca na
mesa do corretor, pouco depois
de detê-lo para interrogatório.
A notícia de que os investigadores suspeitam de um possível
cúmplice é um pesado golpe
para o Société Générale, que
tenta montar uma ampliação
de capital de 5,5 bilhões (US$
8,05 bilhões) para reparar o estrago das transações não autorizadas, que causaram um prejuízo operacional recorde, de
4,9 bilhões (US$ 7,17 bilhões).
Pessoas próximas ao banco
insistiam que a ampliação de
capital não seria prejudicada e
que, em razão das quatro investigações em curso sobre as
transações irregulares do operador, era inevitável que novas
informações surgissem nas
próximas semanas.
Certamente surgirão questões sobre os controles internos do banco não terem detectado conexões com uma segunda área de negócios do grupo.
A investigação interna do Société Générale demonstra que
Kerviel usou a Fimat para processar algumas de suas transações, liquidadas posteriormente pelo escritório da corretora
em Londres. Em novembro de
2007, a Bolsa européia de derivativos Eurex contactou a Fimat e o Société Générale para
perguntar por que Kerviel estava usando o escritório de Londres para liquidar transações.
A explicação de Kerviel parece
ter satisfeito o banco e a Bolsa.
O tribunal de apelações em
Paris decidiu que Kerviel -que
enfrenta numerosas acusações,
entre as quais abuso de confiança, abuso de cargo e tentativa de fraude- ficará sob a custódia das autoridades, em parte
pelo risco de fuga da França.
"O fato de ele continuar em
liberdade poderia comprometer a investigação", disse um
porta-voz do tribunal antes da
audiência. Kerviel foi libertado,
sob supervisão judicial, há dez
dias. Ele estava detido na sede
da polícia financeira francesa,
mas os juízes rejeitaram o pedido da promotoria de Paris
para que ele ficasse preso.
Com a Redação
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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