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BNDES usará modelo da Vale para financiar a Oi
Parte do valor será corrigida conforme a alta das ações
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social) vai repetir na Oi/
Telemar a fórmula de crédito
usada no descruzamento das
participações acionárias da
CSN (Companhia Siderúrgica
Nacional) e da Companhia Vale
do Rio Doce, em 2001.
Segundo informações de fontes que participam das negociações, o BNDES deve liberar financiamento de R$ 2,5 bilhões
para a reestruturação societária da Telemar Participações,
que acontecerá paralelamente
à compra do controle acionário
da Brasil Telecom pela Oi.
O crédito seguirá o modelo
adotado pelo BNDES quando
liberou recursos para a compra
de ações da CSN pelo grupo Vicunha. Parte do empréstimo foi
feita com a subscrição de debêntures conversíveis em ações
pela BNDES Participações. As
debêntures foram convertidas
em ações, e o banco tem 6,64%
do capital da CSN.
No financiamento da reestruturação da holding Telemar
Participações, segundo a Folha
apurou, parte do empréstimo
será corrigida de acordo com a
valorização das ações no mercado da nova empresa.
A informação de fontes oficiais é que não haverá subsídio
aos acionistas da Telemar por
parte do BNDES e, ainda que as
ações da futura empresa tenham rentabilidade negativa, o
contrato vai assegurar uma remuneração mínima ao banco
superior ao custo de captação.
Os grupos La Fonte e Andrade Gutierrez deverão receber
no total R$ 1,25 bilhão de empréstimo nessa modalidade,
em que parte do custo do dinheiro estará vinculada à rentabilidade das ações. Outro R$
1,3 bilhão será liberado para a
holding Telemar Participações,
que vai adquirir o controle
acionário da Brasil Telecom.
O banco estatal é o maior
acionista individual da Telemar Participações, com 25% de
seu capital. Além do empréstimo em dinheiro, ele venderá
parte de suas ações na tele aos
fundos de pensão estatais Petros (dos empregados da Petrobras) e Funcef, dos empregados da Caixa Econômica Federal. Estes dois fundos vão aumentar sua participação acionária da Telemar. O BNDES ficará com cerca de 16% e cada
um dos dois fundos ficará com
10% do capital. A Previ (fundo
de pensão dos empregados do
Banco do Brasil) manterá sua
participação de 12,5%.
No processo de reestruturação da holding Telemar, três
acionistas devem vender suas
participações e se retirar do negócio: GP Investimentos, Lexpart (Citigroup e Opportunity)
e Alutrens, das seguradoras
Brasilcap e Brasil Veículos.
Segundo pessoas ligadas às
negociações, o BNDES apóia a
compra da BrT pela Oi por entender que elevará a competição no setor de telefonia móvel.
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