São Paulo, sábado, 09 de fevereiro de 2008

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BNDES usará modelo da Vale para financiar a Oi

Parte do valor será corrigida conforme a alta das ações

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai repetir na Oi/ Telemar a fórmula de crédito usada no descruzamento das participações acionárias da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e da Companhia Vale do Rio Doce, em 2001.
Segundo informações de fontes que participam das negociações, o BNDES deve liberar financiamento de R$ 2,5 bilhões para a reestruturação societária da Telemar Participações, que acontecerá paralelamente à compra do controle acionário da Brasil Telecom pela Oi.
O crédito seguirá o modelo adotado pelo BNDES quando liberou recursos para a compra de ações da CSN pelo grupo Vicunha. Parte do empréstimo foi feita com a subscrição de debêntures conversíveis em ações pela BNDES Participações. As debêntures foram convertidas em ações, e o banco tem 6,64% do capital da CSN.
No financiamento da reestruturação da holding Telemar Participações, segundo a Folha apurou, parte do empréstimo será corrigida de acordo com a valorização das ações no mercado da nova empresa.
A informação de fontes oficiais é que não haverá subsídio aos acionistas da Telemar por parte do BNDES e, ainda que as ações da futura empresa tenham rentabilidade negativa, o contrato vai assegurar uma remuneração mínima ao banco superior ao custo de captação.
Os grupos La Fonte e Andrade Gutierrez deverão receber no total R$ 1,25 bilhão de empréstimo nessa modalidade, em que parte do custo do dinheiro estará vinculada à rentabilidade das ações. Outro R$ 1,3 bilhão será liberado para a holding Telemar Participações, que vai adquirir o controle acionário da Brasil Telecom.
O banco estatal é o maior acionista individual da Telemar Participações, com 25% de seu capital. Além do empréstimo em dinheiro, ele venderá parte de suas ações na tele aos fundos de pensão estatais Petros (dos empregados da Petrobras) e Funcef, dos empregados da Caixa Econômica Federal. Estes dois fundos vão aumentar sua participação acionária da Telemar. O BNDES ficará com cerca de 16% e cada um dos dois fundos ficará com 10% do capital. A Previ (fundo de pensão dos empregados do Banco do Brasil) manterá sua participação de 12,5%.
No processo de reestruturação da holding Telemar, três acionistas devem vender suas participações e se retirar do negócio: GP Investimentos, Lexpart (Citigroup e Opportunity) e Alutrens, das seguradoras Brasilcap e Brasil Veículos.
Segundo pessoas ligadas às negociações, o BNDES apóia a compra da BrT pela Oi por entender que elevará a competição no setor de telefonia móvel.


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