São Paulo, sexta-feira, 09 de março de 2007

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Mercado Aberto

Guilherme Barros - guilherme.barros@uol.com.br

Brasil teria déficit sem commodity, diz banco

O Brasil sempre foi um grande exportador de commodities. Nos últimos anos, essa atividade aumentou significativamente. O saldo de commodities sempre foi superavitário, enquanto o de não-commodities, deficitário ou nulo.
A elevação do saldo de commodities contribuiu com 80% do crescimento do saldo total, que cresceu de R$ 2,6 bilhões em 2001 para US$ 46,1 bilhões em 2006. A redução do déficit de não-commodities explicou os 20% restantes.
Segundo relatório do Credit Suisse do Brasil, sem commodities, o país teria déficit comercial. A tendência é o saldo comercial ser cada vez mais dependente das commodities. A balança desses produtos tem sido menos sensível à apreciação cambial, tanto por conta do aumento de preços como pela maior demanda externa.
A participação das commodities nas exportações se elevou de 47%, em 2000, para 55%, em 2006. Já nas importações, o aumento foi de 22% para 26% no mesmo período.
A expectativa do CS é que o saldo comercial de commodities se mantenha elevado em 2007 e 2008, seja por fatores domésticos ou externos. O elevado crescimento global deverá contribuir para manter forte a demanda por matérias-primas.
De acordo com cálculos do CS, o índice de preços futuros de commodities acumulado no ano até o dia 28 de fevereiro registrava um aumento de 10% em relação à média de 2006, o que sugere que os movimentos de preços continuarão em alta.
O estudo mostra que a balança de commodities ainda é bastante concentrada em quatro produtos (soja, minério de ferro, açúcar e ferro/aço), que responderam por 57% do saldo comercial de commodities no ano passado. Há seis anos, era pior. Em 2000, esses mesmos quatro itens eram responsáveis por 77% do saldo das commodities.
Segundo o relatório do CS, o aumento da contribuição das commodities para o saldo comercial em 2007 se dará principalmente pelo crescimento projetado da exportação de commodities e da importação de não-commodities.
De acordo com o CS, os não-commodities serão responsáveis pela contração do saldo em 2007 e 2008.

Setor de leasing abre 2007 com crescimento

O setor de leasing, que em 2006 teve expansão de 54,7%, abriu 2007 mantendo o crescimento. Em janeiro, o arrendamento mercantil cresceu 55,45% ante o mesmo mês de 2006.
O valor presente da carteira teve saldo de R$ 35,03 bilhões. Segundo estatísticas da Abel (associação de empresas de leasing), em janeiro foram fechados 84,5 mil novos contratos, um aumento de 97% em relação ao janeiro anterior.
Totalizaram R$ 2,85 bilhões os novos negócios firmados no mês. Desse montante, 65,45% foram fechados com pessoas físicas, e 34,55%, com pessoas jurídicas. Em relação ao imobilizado por tipo de bens, o setor de veículos e afins se manteve na frente, correspondendo a 78,54%.
No setor de atividades, o de pessoas físicas liderou o ranking, com 50,10% do volume total a receber, seguido por serviços, com 24,57%.

VERMELHOS
A Martini acaba de fechar parceria com a escuderia italiana Ferrari para patrocínio até o fim de 2008. A idéia é trazer de volta o glamour que envolvia a marca de bebidas nas décadas de 70 e 80, segundo Carlos Correia, diretor de marketing da empresa no Brasil. "A ligação entre a Martini e a Ferrari tem tudo a ver, são duas marcas italianas, vermelhas, e muito glamourosas. Aqui, isso ficou para trás, então, a idéia é recuperar", diz. No país, a marca de bebidas deve promover também uma série de eventos em bares abertos, durante a happy hour. "Queremos mostrar que a bebida tem muito potencial para ser o aperitivo dos momentos de relaxamento", afirma.

DE PÉ TROCADO
Quase na mesma hora em que o presidente George W. Bush desembarcava no Brasil, Guido Mantega (Fazenda) pousava em Buenos Aires. Bush não irá visitar a Argentina em sua viagem à América do Sul. Mantega se encontrou ontem com o presidente do BC argentino, Martín Redrado, e hoje se reunirá com a ministra da Economia, Felicia Miceli. Na pauta, o Banco do Sul e a integração econômica do Mercosul. Mantega dará entrevista hoje reafirmando o apoio à integração da América Latina. Em abril, ele viaja para os Estados Unidos.

QUASE CERTO
Circulava ontem no Palácio do Planalto a informação de que Maurício Botelho teria aceito o convite de Lula para assumir o Desenvolvimento no lugar de Luiz Fernando Furlan.

NOVA ESCOLA
A Universidade Anhembi Morumbi lança sua nova escola de medicina e convida Sérgio Timerman, doutor pela USP, para assumir a direção. Timerman é especialista em clínica médica, cardiologia, terapia intensiva e emergência e o único membro brasileiro da American Heart Association. Os investimentos iniciais na escola chegam a R$ 10 milhões.

SALTO ALTO
Um dos setores que mais oferecem empregos no país -quase 1 milhão de vagas diretas e indiretas- é o de relacionamento com o cliente. O mercado é dominado pelas mulheres, que assumem mais de 60% das vagas, segundo a Abrarec (associação do setor) e E-consulting. Sobre a escolaridade, 84% têm segundo grau completo e 16%, superior completo ou incompleto. A idade varia de 18 a 29 anos. A predominância da mulher se explica pela flexibilidade de horário e paciência.

VISITA
O presidente da Alemanha, Horst Köhler, visita hoje a unidade da Prensas Schuler, em Diadema, SP, para conhecer ações sociais de empresas alemãs no país.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA

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