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MINERAÇÃO
Vale vai destinar um terço da produção de 2007 para a China
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A Vale do Rio Doce aposta
na continuidade do crescimento da China. Apesar das
declarações do primeiro-ministro, Wen Jiabao, de que o
país vai desacelerar o ritmo
de crescimento de 10% para
8% ao ano, a Vale pretende
elevar as vendas ao país.
Segundo o diretor financeiro da Vale, Fabio Barbosa,
a companhia vai aumentar
sua produção de minério de
ferro para 300 milhões de toneladas em 2007. Desse total, 100 milhões de toneladas
serão destinadas ao mercado
chinês. Ele minimizou as
desconfianças do mercado
sobre os efeitos de uma eventual redução de ritmo da expansão chinesa.
"As autoridades já anunciaram a intenção de reduzir
o crescimento para um ritmo
mais moderado, mas não
conseguiram diminuir a pujança do crescimento chinês.
Não acreditamos em retração de demanda da Ásia."
Em 2006, a Vale se tornou
a maior fornecedora de minério de ferro para a China,
com embarque de 75,7 milhões de toneladas. A Ásia
respondeu por 34% da receita bruta da companhia, com
vendas também para Japão,
Coréia e Taiwan. Só a China
representou 18,3% do total.
A Vale registrou lucro recorde de R$ 13,431 bilhões
em 2006, 28,6% superior ao
do ano anterior. O resultado
foi motivado pelo aumento
da produção de minério e pela procura em alta do produto. Apesar do desempenho, o
número ficou abaixo das
projeções.
Segundo Barbosa, a diferença em relação às expectativas do mercado foi motivada por um ajuste contábil da
produção de níquel da ordem
de US$ 946 milhões no quarto trimestre e de US$ 980
milhões no primeiro trimestre deste ano.
De acordo com o diretor,
as normas previstas no padrão contábil americano exigem a valoração dos ativos
pelo valor de mercado em casos de compra de empresas.
A operação reduziu os resultados da companhia no quarto trimestre, em que obteve
lucro de R$ 3,368 bilhões.
Valor de mercado
Cálculos da Vale do Rio
Doce indicam que a aquisição da Inco resultou num aumento do valor de mercado
da companhia da ordem de
US$ 15 bilhões. Em 28 de fevereiro, a companhia era
avaliada em US$ 79,2 bilhões. Segundo Barbosa, caso
a empresa tivesse seguido a
média do mercado, seu valor
seria de US$ 64 bilhões.
Colaborou EPAMINONDAS NETO, da Folha Online
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