As quedas sucessivas no consumo de eletricidade desde outubro provocaram o aumento da quantidade de energia ociosa no mercado. O excedente disparou em dezembro.
As sobras de energia entre os consumidores livres, que não estão conseguindo empregar toda a eletricidade que compraram de comercializadores no mercado livre, não param de aumentar.
O excedente dos consumidores livres de todo o país subiu de 416 MW em outubro para 802 MW em novembro e para 1.024 MW em dezembro, segundo os últimos dados da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).
"Esse número fica mais expressivo quando observamos que, de janeiro a outubro de 2008, os volumes médios de energia excedente eram de 290 MW apenas", afirma Marcelo Parodi, presidente da Comerc Comercializadora.
A briga dos consumidores, que se intensificou no fim de 2008 com a crise, é para que o Ministério de Minas e Energia regulamente a comercialização desse excedente de energia. A legislação hoje não permite a venda de energia ociosa.
Atualmente a liquidação da energia ociosa é feita na CCEE, associação de agentes de geração, distribuição e comercialização. A venda deste excedente é feita por um preço spot, mais barato do que sairia entre os consumidores se o governo regulamentasse a comercialização, e não volta ao mercado pelo valor reduzido.
"Se isso fosse permitido, alguns setores que não usaram a energia contratada poderiam vender para outros que estão aquecidos, como o automobilístico", diz Parodi. Muitas empresas que compraram energia antes da crise, em contratos de cerca de dez anos, não previam a queda da economia.
Os 20 maiores excedentes de energia, que juntos contabilizaram 2.300 MW médios em 2008, envolvem setores como siderurgia, têxtil, mineração, alimentício e petroquímico.
Parodi calcula que, se a energia excedente foi comprada em dezembro do ano passado a R$ 155/MWh, o prejuízo total dos consumidores livres do país foi de R$ 44,2 milhões.
"Para completar o problema, o spot hoje está muito barato. Os consumidores então compraram por R$ 155/MWh e estão vendendo a sobra na CCEE por R$ 97/MWh."

MÃOS À OBRA

A REP, empresa de shopping centers da holding LDI, planeja investir US$ 150 milhões na inauguração de dez unidades até 2010, focadas na classe C. Para Marcos Romiti, presidente da REP, a crise não é motivo para adiar investimentos, pois ainda há carência de empreendimentos para esse público. O cenário econômico desfavorável, porém, ameaça o setor em dois pontos: a redução dos planos de expansão das empresas e a escassez de crédito.

CAPACITAÇÃO
A Serasa Experian promove hoje, em São Paulo, um encontro com mais de 50 empresas para buscar novas parceiras para o Programa de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência, desenvolvido em conjunto com a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo.

PILOTO
No projeto-piloto da iniciativa, a Serasa Experian e outras 16 empresas, como os bancos Itaú, Safra e Santander, a Medial Saúde e o grupo Accor, dividiram o investimento de R$ 1 milhão em uma capacitação que preparou, de outubro a fevereiro, cerca de cem pessoas com deficiência para o mercado de trabalho.

APOSTA
Os condomínios residenciais deverão gerar cerca de 3.000 novos empregos diretos neste ano em São Paulo, segundo levantamento da Lello, com base no número de novos empreendimentos que devem ser entregues pelas construtoras na capital paulista e região metropolitana de abril a dezembro.

ESCOLA
A Secretaria de Estado da Educação de São Paulo inicia neste mês o financiamento a juro zero, em até 24 vezes, de 84 mil laptops para professores. O preço ficou em R$ 1.738. O Estado afirma que o projeto será mantido, apesar da crise. São calculados gastos de até R$ 55 milhões com objetivo de garantir as parcelas sem juros para os professores, com o subsídio de R$ 650 por máquina.

NA CONTRAMÃO
Com um VGV (Volume Geral de Vendas) potencial de cerca de R$ 664 milhões, a Cyrela Brazil Realty e a MAC lançam o Novamérica Inside Park. O empreendimento fica na avenida das Nações Unidas, em São Paulo, abrange cinco condomínios residenciais independentes e uma torre comercial em um terreno com mais de 70 mil metros quadrados.

NO PRATO
Para este ano, a rede de pizzarias Domino's Pizza prepara expansão com abertura de 32 novas lojas em São Paulo.

Eurobike abre lojas para vender carro importado usado

O grupo Eurobike, rede de concessionárias focada em carros de luxo, abrirá quatro lojas neste mês para a venda exclusiva de veículos seminovos. A empresa vai lançar a Eurobike Special, linha que reunirá carros importados usados. O novo produto faz parte da estratégia elaborada pela empresa para enfrentar a crise.
Segundo Aldo Biasetton, sócio da Eurobike, apenas em novembro de 2008, as vendas nas concessionárias caíram mais de 30%. Para reduzir o estoque, a empresa derrubou os preços mesmo com a alta do dólar. Isso provocou uma queda de 20% na margem de lucro.
Neste ano, a expectativa não é de crescimento, mas de manutenção do resultado de 2008. Para não diminuir o desempenho em um negócio atingido pela crise, Biasetton quer ganhar novos mercados. Até o final do ano, a meta é que os seminovos respondam por 35% do faturamento da Eurobike.

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


Próximo Texto: Estudo aponta sonegação de R$ 200 bi no país
Índice