São Paulo, Terça-feira, 09 de Março de 1999
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Inflação de 16,8% tem base no IGP

da Sucursal de Brasília

O novo acordo entre o governo brasileiro e o FMI prevê uma inflação de 16,8% neste ano. O índice utilizado para a projeção é o IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas. Os números divulgados ontem apontam uma taxa de juros acumulada no ano de 28,8% e uma queda do PIB entre 3,5% e 4%.
O memorando anunciado ontem prevê que, no ano 2000, a inflação deve ficar em 6,5%. Em 2001, a previsão é que ela fique em 5,2%.
A nova previsão de inflação para 1999 é bem maior que a anterior, de 2%, feita no primeiro acordo com o FMI, fechado em novembro do ano passado, antes da desvalorização do real.
A queda do PIB (conjunto das riquezas produzidas pelo país) para 99, entre 3,5% e 4%, também é bem maior que a previsão inicial de 1%.
Esses indicadores demonstram que o Brasil enfrentará um ano de recessão com inflação alta. No mercado, alguns analistas têm previsões ainda piores, como queda de até 5% do PIB em 99.
A previsão dos juros -levando em conta a Selic (usada nas operações diárias do Banco Central)- para os 2000 e 2001 é de 16,6% e 13,7%, respectivamente.
Hoje a Selic está em 45% ao ano, projetando para esse período a taxa que o BC pratica no dia-a-dia. "É razoável supor que há espaço para a queda da taxa de juros", disse o novo presidente do Banco Central, Armínio Fraga.
Com a Selic e a inflação, é possível calcular a taxa de juros reais (acima da inflação) que deverá ocorrer no Brasil, sempre de acordo com as previsões do governo e do FMI: 10,27% neste ano, 9,48% no ano que vem e 8,07% em 2001.
O acordo anunciado ontem também prevê as cotações do dólar em dezembro de 1999, de 2000 e de 2001: R$ 1,70, R$ 1,77 e R$ 1,84.
A queda no PIB prevista para este ano é revertida, segundo o acordo, a partir do ano 2000: crescimento entre 3,5% e 4% no ano que vem e novo crescimento entre 4,5% e 5% em 2001.


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