São Paulo, Terça-feira, 09 de Março de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Dólar bate em R$ 1,95, uma queda de 1,76%

da Reportagem Local

Quando as metas do acordo com o Fundo Monetário Internacional foram divulgadas, ontem, o mercado de câmbio já estava fechado. Mas, meia hora após o fechamento, às 17h30, chegaram a ser realizados negócios de pequenos volumes, cerca de US$ 1 milhão, com o dólar comercial a R$ 1,95. Isso significa uma desvalorização do dólar de 1,76% contra o último negócio de sexta-feira.
No fechamento oficial do mercado, às 17h, a cotação do dólar foi de R$ 1,98, uma desvalorização de 0,25% contra sexta-feira. Segundo a média ponderada de todos os negócios do mercado divulgada pelo Banco Central, a desvalorização do dólar foi de 1,13%.
Durante todo o dia de ontem, o mercado de câmbio foi tranquilo, na expectativa do anúncio das metas do acordo. Os investidores já sabiam que o Banco Central poderia usar os recursos da ajuda do Fundo para defender o real no mercado de câmbio.
Pela manhã, o Banco Central chegou a atuar de forma seletiva, vendendo dólar a R$ 1,97 para quem precisava de grandes lotes. O Banco do Brasil também foi visto vendendo dólares a pedido de exportadores.
Os mercados futuros, que também fecharam antes de terem sido divulgadas as metas com o FMI, continuaram a apostar na valorização do real. Os contratos para vencimento em abril, que projetam o dólar do último dia útil de março, indicavam desvalorização de 1,03% contra sexta-feira.
Com o real mais forte, a necessidade de manter os juros altos para conter as pressões inflacionárias é menor, segundo dizem os analistas de mercado.
Os contratos da Bolsa de Mercadorias & Futuros passaram a projetar juros de 43,09% ao ano em março (contratos com vencimento em abril), contra 43,71% ao ano projetados na sexta-feira.
As perspectivas para o dólar nesta semana são de desvalorização, acreditam especialistas, que consideraram positivo o fato de o governo ter divulgado os limites de gastos por mês no mercado de câmbio acertados com o FMI.
"Se o governo conseguir manter o dólar abaixo dos R$ 2 neste mês, teremos razão para comemorar. O dólar alto é o principal propulsor da indexação", disse Carlos Eduardo Uchôa, da Liberal Asset Management.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)



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