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Banqueiro critica ação do FMI na Argentina
DA REDAÇÃO
A associação dos maiores bancos do planeta criticou ontem a
maneira como o FMI (Fundo Monetário Internacional) tem lidado
com a Argentina. Para os banqueiros, o organismo tem sido
muito tolerante com o país e está
desrespeitando suas próprias
normas, ao emprestar recursos
sem exigir garantias.
"O Fundo deveria, em primeiro
lugar, observar suas próprias políticas e respeitar suas próprias
normas", disse em Washington
Charles Dallara, diretor do IIF
(Institute of International Finance), que representa 330 bancos de
60 países. "Disso pode-se deduzir
minha opinião sobre as ações recentes do FMI."
A Argentina decretou a moratória de sua dívida externa em dezembro de 2001 e, até o momento,
segue longe de chegar a um entendimento com seus credores privados. O país oferece pagar US$ 0,25
para cada US$ 1 devido, mas os
credores não aceitam a proposta e
querem ao menos US$ 0,65.
No mês passado, o FMI aprovou a segunda revisão de seu mais
recente acordo com a Argentina.
O aval do organismo, que possibilitou ao país ter acesso a um desembolso de US$ 3,1 bilhões, só
ocorreu depois de os argentinos
pagarem um vencimento de também US$ 3,1 bilhões devido a instituição multilateral.
"Para ser justo, o Fundo fez todo o esforço", afirmou Dallara.
"Mas hoje, oito meses depois de
ter assinado o acordo com a Argentina, não está claro se o programa é compatível com as normas do FMI."
Para Dallara, o Fundo não pode
se respaldar apenas em cartas de
boas intenções. "O FMI não pode
fazer desembolsos até que tenha
garantias de pagamento." Caso
contrário, disse, "o Fundo terá
que empresar dinheiro perpetuamente" para a Argentina.
De acordo com o diretor da associação, o país ainda não deu sinais objetivos de estar disposto a
avançar nas negociações da reestruturação de sua dívida de US$
81 bilhões com as instituições privadas e investidores internacionais. O país, na verdade, só aceitou retomar as conversas, no mês
passado, após ser pressionado a
fazê-lo pela direção do Fundo.
Com agências internacionais
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