Apesar de a maior parte dos analistas prever que o Banco Central vá aumentar em 0,25 ponto percentual a Selic na próxima semana, a evolução favorável da inflação e o recuo do câmbio podem evitar o aumento da taxa de juros, de acordo com a consultoria LCA.
A consultoria diz que o risco inflacionário diminuiu internamente com o resultado favorável do IPCA-15, que variou 0,23% em março contra 0,64% em fevereiro. O IBGE divulga hoje o índice amplo de março.
De acordo com a avaliação, ainda existem focos de pressão de custos, mas eles não são generalizados e se concentram em alguns suprimentos agrícolas, como os fertilizantes, e nos produtos metalúrgicos. Nos produtos "in natura", como o tomate, a previsão é a de que a pressão inflacionário se reverta no curto prazo.
A inflação no varejo vem mostrando evolução tranqüilizadora, segundo a LCA. "A variação acumulada em três meses da média simples dos núcleos do IPCA-15 mostrou inflexão em sua trajetória de alta e atingiu 3,7% ao ano em março, recuando a níveis que não eram observados desde maio de 2007", diz a consultoria.
Sobre a capacidade instalada da indústria, apesar de a LCA estimar forte crescimento marginal da produção industrial em março (de cerca de 1% sobre fevereiro, com ajuste sazonal), a consultoria estima que que o Nuci medido pela CNI mostre novo recuo, de 82,9% em fevereiro para 82,7% em março.
Mesmo que a LCA avalie que há chances de o BC não aumentar os juros na reunião da semana que vem, a consultoria acha que aumentou significativamente a probabilidade de elevação da Selic no curto prazo em razão do tom das comunicações recentes do BC.
"Se o Copom cumprir a ameaça de elevar os juros, a expectativa da consultoria é a de que o ajuste total seja moderado, em torno de um ponto percentual, bastante abaixo dos 2,5 pontos percentuais projetados pelo mercado de juros futuro", diz a LCA, em nota.

Angra 1 investe R$ 569 mi para troca de geradores de vapor

Na madrugada do dia 7, o segundo gerador de vapor da Usina Angra 1 chegou à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis (RJ). O primeiro veio no sábado. As duas peças, de 343 toneladas cada, foram fabricadas pela Nuclep, em Itaguaí (RJ), e estavam viajando desde o dia 1º.
Com investimento de R$ 569 milhões, as peças substituirão os antigos geradores de vapor de Angra 1. A Nuclep foi responsável pela fabricação, e a francesa Areva NP, pela engenharia, aquisição de materiais e assistência na fabricação.
Os equipamentos produzem o vapor saturado seco para movimentar as turbinas. A substituição dessas peças, em Angra 1, foi decisão da Eletronuclear, depois de identificar o desgaste da liga metálica usada nos equipamentos. O mesmo problema ocorreu em outras usinas nucleares no mundo, segundo a Eletronuclear. Oitenta e cinco delas já fizeram substituições semelhantes e até 2011 outras 20 usinas farão a troca.
Os antigos geradores serão armazenados no Depósito Inicial dos Geradores de Vapor, na própria Central Nuclear.

FEITO EM CASA

A TecTotal, que foi lançada ontem e pertence à Telefônica e à Automatos, começa, em dois meses, a se expandir na América Latina. Ela oferece instalação e integração de aparelhos como PCs, TVs e home theaters e treina seus funcionários para que ofereçam assistência sem que eles saiam de casa. Entre os pontos de varejo que vendem os cartões de assistência e instalação da empresa, estão Senac e Carrefour. Com o novo serviço, a TecTotal quer aproveitar a grande expansão da venda de computadores no Brasil.

INVESTIMENTO
Jaime Ardila, presidente da GM do Brasil, assinará na próxima segunda-feira o convênio com o governo de Santa Catarina para a construção de fábrica de motores e componentes no Estado. Serão produzidos 120 mil motores por ano e o investimento previsto é de R$ 350 milhões. A obra deve ser concluída em outubro do ano que vem. Estarão presentes no evento o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, e o vice-presidente da GM do Brasil, José Carlos Pinheiro Neto. A cidade onde a fábrica ficará localizada ainda não foi definida. Deverá ser Joinville (180 km de Florianópolis), ou Araquari (186 km de Florianópolis).

ÍNDIA
A presidente da República da Índia, Pratibha Patil, será recebida na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo na próxima segunda-feira. Uma comitiva de empresários de siderurgia, da indústria automobilística e da construção civil acompanha a presidente.

CARGA
O Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região enviou ofício ao prefeito Gilberto Kassab para pedir uma audiência sobre a proposta de restringir o tráfego de caminhões na cidade. No dia 14, a entidade faz um seminário para discutir os impactos das propostas de restrição.

NO URUGUAI
A Centroprojekt, empresa de capital tcheco que atua em engenharia e instalação de sistema de tratamento de água e ar, a WTorre e a consultoria CRA assinam hoje um protocolo de intenções para abrir a empresa no Uruguai. Martin Ríman, ministro da Indústria e Comércio da República Tcheca, participará do evento. A Centroprojekt faturou R$ 105 milhões em 2007.

BANCO DE TERRENO
Com pouco mais de um ano após o lançamento de ações, a Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário mantém 85% do seu banco de terrenos adquirido em permuta financeira. Seu banco subiu de R$ 5 bilhões para R$ 10 bilhões em Valor Geral de Vendas. Com a estratégia, a incorporadora mantém 46% dos R$ 454 milhões captados em janeiro de 2007 livres em caixa para investimentos e desenvolvimento de novos empreendimentos. Em 2007, o grupo Camargo Corrêa teve receita bruta de R$ 12,4 bi.

TRIPLA JORNADA
O empresário Eike Batista teve uma tripla jornada ontem. No almoço, foi homenageado como destaque do ano pela ABP (Agência Brasileira de Propaganda). Logo depois, no seu escritório, no Rio, recebeu a visita do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel, para discutir investimentos americanos no país. Por fim, assinou um contrato de R$ 1,5 bilhão com Luiz Nascimento, da Camargo Corrêa, para a empreiteira realizar as obras da mineradora ligando Minas Gerais ao porto de Açu, no Estado do Rio.

SEM CONTRAPARTIDA
O governador Aécio Neves assina na terça da semana que vem, em Washington, empréstimo de US$ 1 bilhão com o Banco Mundial. Será o primeiro sem exigência de contrapartida do Banco Mundial. O governo de Minas vai pagar com metas de eficiência de governo.