São Paulo, quarta-feira, 09 de abril de 2008

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Bolsa de SP se descola de NY no final do dia e sobe 0,57%

Dólar tem 6ª queda seguida e fica abaixo de R$ 1,70

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo chegou a cair até 1,13% durante o dia, ontem. Mas, no final do expediente, encontrou forças para ignorar o mau humor em Wall Street e voltou a avançar. O principal índice do mercado acionário brasileiro teve alta de 0,57%, aos 64.539 pontos, puxado pelas ações da Petrobras e outros papéis que os investidores consideram estar com preços atraentes.
Na sexta baixa consecutiva, o dólar comercial recuou 0,46%, vendido a R$ 1,696 -é o menor valor da moeda americana desde o dia 18 de março, quando estava cotada a R$ 1,69. Segundo operadores, a queda se deve a um ainda cauteloso movimento de volta dos estrangeiros à Bolsa local. Eles deixaram a Bolsa em meados do mês passado porque precisavam do dinheiro aplicado nela para cobrir perdas com a crise imobiliária americana no exterior. Entretanto, como a economia brasileira continua bem e as perspectivas para as empresas nacionais são positivas, os papéis se mantêm como uma boa opção aos seus olhos.
No pregão de ontem, a maior elevação foi das ações da Embraer, depois de ela anunciar, na segunda, que sua carteira de pedidos atingiu US$ 20,3 bilhões: 4,46%, a R$ 18,50. A companhia é a maior exportadora brasileira de produtos de alta tecnologia. Os papéis ordinários (ON) da Petrobras avançaram 2,25%, para R$ 96,68, e os preferenciais (PN) registraram valorização de 1,89%, a R$ 79,99. Os da Companhia Siderúrgica Nacional também se destacaram, com elevação de 2,98%, a R$ 68,90. As empresas do setor têm se beneficiado do forte crescimento do país, que impulsiona as fábricas de automóveis e a construção civil.
Na Bolsa de Nova York, que recuou 0,28%, e na Nasdaq, que teve baixa de 0,68%, o clima ficou ruim por conta das previsões do FMI (Fundo Monetário Internacional) sobre a recessão nos EUA (leia à pág. B1) e da divulgação da ata da última reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve, o BC americano (leia à pág. B4).
Segundo o Fundo, permanece uma tensão considerável nos mercados financeiros e a crise que começou no setor de hipotecas "subprime" (de alto risco) deverá custar US$ 945 bilhões.
O Fed traçou um cenário igualmente sombrio, ao dizer que existe a possibilidade de uma desaceleração prolongada e severa da economia americana. "Trata-se de notícia negativa. Porém o documento não trouxe nenhuma grande novidade em relação ao depoimento que Ben Bernanke, presidente da instituição, deu ao Congresso na semana passada", diz Arthur Carvalho Filho, economista-chefe da Ativa Corretora. "O desaquecimento já estava bem precificado [considerado nos preços dos ativos]."

Nova queda dos juros
Para os analistas, as previsões indicam que o Fed novamente cortará juros no seu próximo encontro, no final do mês -com uma redução adicional de 0,25 ponto percentual, como a maioria acredita, a taxa iria a 2% ao ano.
Assim como a queda de 1,9% nas vendas de casas usadas em fevereiro ante janeiro, resultados ruins de empresas contribuíram para desanimar os investidores na terça-feira. A Alcoa já havia informado, na véspera, que seu lucro no primeiro trimestre caiu 54%. A fabricante de microprocessadores para computador AMD informou uma queda de 15% nas suas vendas no período. E o banco Washington Mutual avisou que teve perdas de US$ 1,1 bilhão e está captando US$ 7 bilhões por meio da venda de um pedaço do grupo.


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