|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bolsa de SP se descola de NY no final do dia e sobe 0,57%
Dólar tem 6ª queda seguida
e fica abaixo de R$ 1,70
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores de São
Paulo chegou a cair até 1,13%
durante o dia, ontem. Mas, no
final do expediente, encontrou
forças para ignorar o mau humor em Wall Street e voltou a
avançar. O principal índice do
mercado acionário brasileiro
teve alta de 0,57%, aos 64.539
pontos, puxado pelas ações da
Petrobras e outros papéis que
os investidores consideram estar com preços atraentes.
Na sexta baixa consecutiva, o
dólar comercial recuou 0,46%,
vendido a R$ 1,696 -é o menor
valor da moeda americana desde o dia 18 de março, quando
estava cotada a R$ 1,69. Segundo operadores, a queda se deve
a um ainda cauteloso movimento de volta dos estrangeiros à Bolsa local. Eles deixaram
a Bolsa em meados do mês passado porque precisavam do dinheiro aplicado nela para cobrir perdas com a crise imobiliária americana no exterior.
Entretanto, como a economia
brasileira continua bem e as
perspectivas para as empresas
nacionais são positivas, os papéis se mantêm como uma boa
opção aos seus olhos.
No pregão de ontem, a maior
elevação foi das ações da Embraer, depois de ela anunciar,
na segunda, que sua carteira de
pedidos atingiu US$ 20,3 bilhões: 4,46%, a R$ 18,50. A
companhia é a maior exportadora brasileira de produtos de
alta tecnologia. Os papéis ordinários (ON) da Petrobras avançaram 2,25%, para R$ 96,68, e
os preferenciais (PN) registraram valorização de 1,89%, a R$
79,99. Os da Companhia Siderúrgica Nacional também se
destacaram, com elevação de
2,98%, a R$ 68,90. As empresas
do setor têm se beneficiado do
forte crescimento do país, que
impulsiona as fábricas de automóveis e a construção civil.
Na Bolsa de Nova York, que
recuou 0,28%, e na Nasdaq, que
teve baixa de 0,68%, o clima ficou ruim por conta das previsões do FMI (Fundo Monetário
Internacional) sobre a recessão
nos EUA (leia à pág. B1) e da divulgação da ata da última reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve, o
BC americano (leia à pág. B4).
Segundo o Fundo, permanece uma tensão considerável nos
mercados financeiros e a crise
que começou no setor de hipotecas "subprime" (de alto risco)
deverá custar US$ 945 bilhões.
O Fed traçou um cenário
igualmente sombrio, ao dizer
que existe a possibilidade de
uma desaceleração prolongada
e severa da economia americana. "Trata-se de notícia negativa. Porém o documento não
trouxe nenhuma grande novidade em relação ao depoimento que Ben Bernanke, presidente da instituição, deu ao Congresso na semana passada", diz
Arthur Carvalho Filho, economista-chefe da Ativa Corretora.
"O desaquecimento já estava
bem precificado [considerado
nos preços dos ativos]."
Nova queda dos juros
Para os analistas, as previsões indicam que o Fed novamente cortará juros no seu próximo encontro, no final do mês
-com uma redução adicional
de 0,25 ponto percentual, como
a maioria acredita, a taxa iria a
2% ao ano.
Assim como a queda de 1,9%
nas vendas de casas usadas em
fevereiro ante janeiro, resultados ruins de empresas contribuíram para desanimar os investidores na terça-feira. A Alcoa já havia informado, na véspera, que seu lucro no primeiro
trimestre caiu 54%. A fabricante de microprocessadores para
computador AMD informou
uma queda de 15% nas suas
vendas no período. E o banco
Washington Mutual avisou que
teve perdas de US$ 1,1 bilhão e
está captando US$ 7 bilhões
por meio da venda de um pedaço do grupo.
Texto Anterior: Eletrobrás elevará competição, diz ministro Próximo Texto: Vaivém das commodities Índice
|