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Bancos e lojas não informam custo total de financiamento
Esclarecimento sobre percentual pago pelo consumidor tornou-se obrigatório há um mês
Levantamento feito pela Pro Teste mostrou que, entre 9 bancos, 5 financeiras e 2 varejistas, só um local cumpriu nova regra do BC
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
Levantamento da Pro Teste
(Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) mostrou
que, um mês após entrar em vigor, o CET (Custo Efetivo Total) ainda não é informado em
bancos, financeiras e lojas visitados pela entidade, o que dificulta a comparação entre as
instituições financeiras.
"Nada justifica [a falta de informação] porque a norma [do
Banco Central] foi divulgada no
início de dezembro", ressalta
Hessia Costilla, economista da
Pro Teste, acrescentando que
mesmo que a pesquisa fosse
feita em mais de uma unidade o
resultado seria o mesmo. No
CET devem estar inclusos todos os custos de uma linha de
crédito, como juros, taxa de
abertura de crédito e IOF.
A pesquisa aconteceu na semana passada no Rio de Janeiro com a simulação de um empréstimo de R$ 2.000 a ser pago em 12 prestações. Foram visitadas agências de nove bancos (Santander, Itaú, Unibanco, Bradesco, Real, HSBC, Banco do Brasil, Nossa Caixa e Caixa Econômica Federal), cinco
financeiras (Finasa, Losango,
Ibi, Taií e Fininvest) e cinco varejistas (Casas Bahia, Ponto
Frio, Extra, Carrefour e Wal-Mart). Nesses três últimos, as
vendas parceladas só eram feitas no cartão de crédito, logo
não havia CET a ser informado.
Entre os bancos, apenas três
informaram essa taxa: Bradesco, Santander e Caixa. No entanto, os dois últimos divulgaram o percentual incorreto,
abaixo do que seria cobrado ao
consumidor, segundo cálculos
da Pro Teste. Nas Casas Bahia,
aconteceu o inverso: o CET informado estava acima.
No Itaú, a atendente chegou
a alegar que só o gerente da
agência teria condições de informar o custo preciso, por isso
o colaborador do órgão de defesa do consumidor foi à unidade
na qual possui conta. Ainda assim, não conseguiu saber porque a gerente disse que o CET
só seria divulgado quando o
contrato fosse gerado. O procedimento desrespeita a resolução do Banco Central. A taxa
deve ser informada antes do
contrato do empréstimo para
possibilitar a comparação e estimular a concorrência.
Já os atendentes do Real, do
HSBC e da Losango informaram quanto seria o valor total
pago no final do contrato, mostrando que não sabiam o que
era CET. As outras financeiras
também não souberam contabilizar a taxa, inclusive a Finasa, que pertence ao Bradesco.
A Pro Teste vai encaminhar o
levantamento ao BC. Procurado pela reportagem, o banco
afirmou, por meio de nota, que
"está fiscalizando o cumprimento da norma e determinando às instituições financeiras a
imediata correção das situações consideradas deficientes
ou irregulares". Segundo o BC,
"o não-cumprimento de normas pode levar a punições como advertência e multas".
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