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Lula lança banda larga em escola pública
LORENNA RODRIGUES
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
MARINA GAZZONI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O governo lançou ontem o
programa de banda larga
que, em parceria com as operadoras de telefonia fixa,
pretende levar internet de
alta velocidade a todas as escolas públicas urbanas do
país, que somam mais de 56
mil. O lançamento foi feito
no Palácio do Planalto, com a
participação do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
A expectativa é atender
mais de 37 milhões de estudantes -86% do total. As escolas serão ligadas até o fim
de 2010 e terão internet grátis por 18 anos.
"É de fato uma revolução,
porque cria oportunidades
para um segmento da população que não tinha acesso à
internet", declarou a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
O ministro Hélio Costa
(Comunicações) cobrou das
operadoras de celular que ingressem no programa. Costa
ressaltou que elas poderão
participar da segunda etapa,
para ligar escolas rurais com
a tecnologia de terceira geração (3G), sem necessidade de
cabos.
O programa foi lançado
depois de quase um ano de
negociações com as empresas de telefonia fixa. O governo modificou o PGMU (Plano Geral de Metas para Universalização) trocando a
obrigação de levar postos de
serviço telefônico, que incluem orelhões e acesso à internet discada, pela infra-estrutura de internet.
O governo também vai
atender o pedido das empresas de mudar o PGO (Plano
Geral de Outorgas) para permitir que uma concessionária de telefonia fixa atue em
mais de uma área do país.
As empresas investirão
cerca de R$ 1 bilhão na estrutura. Além disso, farão a conexão das escolas públicas às
redes de internet gratuitamente por 18 anos. Para colocar as doações no papel, a
Anatel assinou com as empresas um aditivo aos contratos do SCM (Serviço de
Comunicação Multimídia).
Outro lado
O Procon, a Pro Teste e o
Idec discordaram da decisão
do governo de desobrigar as
operadoras de instalarem
postos de serviços de telecomunicações. Embora
apóiem programas de universalização da banda larga,
não concordam que eles sejam financiados pelos consumidores de telefonia fixa.
"A sociedade brigou anos
por um preço menor da assinatura básica [de telefonia fixa] e a justificativa para não
reduzir os preços eram os
custos para a universalização
da rede. Agora que a Anatel
certificou que as metas foram cumpridas, o governo
inventa outras obrigações
[para as operadoras]," diz a
consultora jurídica da Pro
Teste, Flávia Lefévre.
A Folha questionou a
Abrafix (associação das operadoras de telefonia fixa) sobre as medidas, mas não obteve resposta até o fechamento da edição.
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