São Paulo, domingo, 09 de maio de 2004

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RASCUNHO DE CRESCIMENTO

Vendas na indústria e arrecadação de ICMS em SP crescem no primeiro trimestre do ano

Após recuo, economia dá sinais de retomada

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

VINICIUS MOTA
SECRETÁRIO-ASSISTENTE DE REDAÇÃO

A economia saiu da UTI no segundo semestre do ano passado, andou mancando pelo quarto em fevereiro deste ano e colocou o pé para fora do hospital em março. Os indicadores de abril ainda são uma incógnita, mas números obtidos pela Folha mostram que pelo menos no primeiro trimestre a indústria vitaminou o doente.
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) vai anunciar amanhã que nos primeiros três meses deste ano as fábricas do país venderam 9,9% a mais do que no início de 2003. Na comparação com o último trimestre do ano passado, a indústria cresceu 5%.
"Os salários [da indústria] subiram 5% neste primeiro trimestre. Os números desmentem essa percepção pessimista que está contaminando o mercado", diz Armando Monteiro, presidente da CNI. No ano passado, os salários da indústria haviam caído 14%.

Arrecadação
Outros dados indicam uma retomada mais firme da economia. A arrecadação de impostos em São Paulo cresce desde o início do ano. No trimestre terminado em abril, a arrecadação cresceu 1% sobre o trimestre terminado em março. De janeiro a abril, o crescimento foi de 2,9% na comparação com igual período de 2003.
"A economia está mais ativa neste ano do que estava no ano passado, mas especialmente por causa das exportações, e não do mercado interno", afirma Claudio Vaz, diretor da Fiesp. A incógnita é se a retomada continua no segundo trimestre, em um contexto de incerteza e tensão no setor financeiro, que teme as altas dos juros nos EUA e do petróleo.

Pessimistas X otimistas
O presidente do grupo Votorantim, Antônio Ermírio de Moraes, considera que o desempenho da indústria ainda está muito dependente do mercado externo.
"Se não fosse pela exportação, estaríamos parados", afirma o empresário.
Já o presidente da Fiesp, Horacio Lafer Piva, acredita que o Brasil vá crescer os 3,5% do PIB previstos para este ano, mas considera esse número insuficiente diante das necessidades do país.
Para Piva, o país deveria crescer a taxas de 5,5% anuais para absorver a massa de 1,5 milhão de jovens que entram todos os anos no mercado de trabalho.


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