São Paulo, quarta-feira, 09 de maio de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Fiesp cria grupo de credores para cobrar dívidas de Chávez

Se a Petrobras enfrenta problemas para receber o que acha justo pelas suas duas refinarias na Bolívia, na Venezuela são as empresas privadas brasileiras que estão penando para verem o dinheiro das suas exportações.
O governo de Hugo Chávez adotou medidas que estão provocando atrasos de até 180 dias para pagar às empresas. Os pagamentos atrasados já somam mais de US$ 100 milhões, quase o mesmo prejuízo que a Bolívia quer impor à Petrobras pela nacionalização das duas refinarias.
Para ajudar as empresas a encontrar uma saída para essa situação, a Fiesp organizou um grupo de credores da Venezuela com o objetivo de definir uma estratégia para convencer Chávez a liberar mais rapidamente os pagamentos.
O grupo iria se reunir ontem pela segunda vez, mas o encontro foi adiado para a próxima semana até que a Fiesp conclua o levantamento de todas as pendências da Venezuela.
Segundo Roberto Giannetti da Fonseca, diretor de comércio exterior da Fiesp, assim que o trabalho for encerrado, o grupo irá preparar um documento a ser encaminhado ao Itamaraty e ao Banco do Brasil para que os dois também se mobilizem para cobrar os pagamentos atrasados da Venezuela.
A grande preocupação é que, se o atraso se estender por 210 dias, o Banco Central imediatamente carimba a empresa de inadimplente e ela imediatamente fica impedida de fazer qualquer exportação.
O problema dos atrasos da Venezuela começou quando Chávez criou a Cadivi (Comissão de Administração de Divisas da Venezuela), que funciona como uma espécie de entreposto cambial por onde são liberadas toda as divisas que entram e saem na Venezuela. Apesar de ter nascido há pouco mais de dois anos, a Cadivi tem criado, cada vez mais, barreiras burocráticas para a transferência das divisas. Os atrasos do pagamento, que antes eram de 25 dias, hoje já chegam 60, 90 e até 180 dias.
O presidente da Câmara de Comércio Brasil-Venezuela, José Francisco Marcondes, reconhece os atrasos nos pagamentos após a criação da Cadivi, mas diz que, no máximo, chegam a 40 dias. Também acha muito elevado o valor de US$ 100 milhões calculado pela Fiesp para essas pendências. Ele afirma ainda que as empresas estão contabilizando esses atrasos nos preços.
Marcondes diz também que esse problema não tem afetado as exportações brasileiras, que cresceram de US$ 605,7 milhões em 2003 para US$ 3,5 bilhões no ano passado. O fluxo comercial entre os dois países soma US$ 4 bilhões, e o Brasil tem um superávit bastante favorável, de quase US$ 3 bilhões no ano passado.

Importadora prepara sua turnê de vinhos
A Mistral Importadora se prepara para o Tour Mistral 2007, que reunirá entre 28 de maio e 2 de junho, vinícolas da África do Sul, Argentina, Austrália, Chile, Espanha, França, Itália, Nova Zelândia, Portugal e Uruguai.
Neste ano, haverá também produtores da Grécia. O evento irá percorrer as cidades de São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Rio de Janeiro.
Estão programadas a apresentação de mais de 150 grandes vinhos de cerca de 30 produtores.
O objetivo do evento, segundo Otávio Lilla, um dos sócios da importadora, "é permitir que o público conheça pessoalmente os produtores".
A novidade desta edição é uma maior participação de produtores do velho mundo. Mas o foco do evento continua no novo mundo.
Entre os confirmados, estão Ernesto Catena (Tikal), Estela Perinetti (Caro), Luca Martelli (Sassoaloro) e Luis Pato (Luis Pato).

NA DEFESA
Em sua 3ª edição do seu relatório de sustentabilidade, o ABN Amro Real, que é presidido por Fábio Barbosa (Febraban), deu ênfase à polêmica discussão sobre os juros cobrados pelos bancos. Como se vê no quadro acima, a instituição procurou mostrar de forma didática que o banco só fica em média com uma parcela de R$ 9 de cada R$ 100 da receita dos juros em uma operação de crédito.

GAROA
São Paulo é a primeira cidade brasileira com maior número de eventos internacionais, segundo levantamento da ICCA (International Congress & Convention Association). No ano passado, a cidade recebeu 54 eventos internacionais. O Rio teve a segunda posição, com 48, e Salvador, a terceira, com 17. Em 2006, o Brasil subiu do 11º para o sétimo lugar no levantamento da ICCA. O país foi palco de 370 eventos internacionais no ano passado e pode alcançar a sexta colocação entre os países com maior número de eventos do tipo.

O BOM FILHO
Depois da quarentena, Júlio Sérgio Gomes de Almeida, ex-secretário de política econômica da Fazenda, já tem destino certo. Deve voltar a ocupar o cargo de diretor-executivo do Iedi. Edgard Pereira continua como economista-chefe do Iedi.

NOVOS VÔOS
Três ex-ministros são os nomes cogitados para ocupar a presidência da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), no lugar de Eduardo Pereira de Carvalho. São eles: Roberto Rodrigues, Pratini de Moraes e Luiz Furlan. Eduardo de Carvalho abrirá uma trading do setor com um grupo de ex-executivos da Coimex.

ARTILHEIRO
O meia Kaká foi procurado nos últimos dias para fechar contrato com uma multinacional de bens de consumo como alimentos, cuidados pessoais e home care.

NO PRATO
No segmento de alimentação, com 4.851 unidades franqueadas, a média mensal de faturamento chega a R$ 128,1 mil por unidade. Empresas de comunicação, fotografia, gráfica e sinalização têm R$ 130,3 mil. Os dados estão no "Guia de Franquias 2007", que o grupo Cherto lança nesta semana.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA

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