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"Não há clima" para investir, diz Petrobras
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse ontem que
"não há clima para manter
qualquer investimento" na
Bolívia, exceto o mínimo necessário para manter a produção de gás naquele país.
Segundo ele, todos os novos investimentos estão suspensos desde que o governo
boliviano determinou que a
comercialização dos derivados de petróleo passassem
para a estatal YPFB, o que inviabilizou a participação da
Petrobras no refino de petróleo no país.
"A intenção da Petrobras
era de ficar com a parte minoritária das duas refinarias
que possui na Bolívia e com a
gestão dessas unidades. Mas
a posição tomada pelo governo boliviano de que todos os
derivados deverão ser negociados pela YPFB forçou a
Petrobras a tomar a decisão
de deixar de atuar no refino
lá", disse o diretor.
Para tentar equacionar o
impasse, a Petrobras fez uma
oferta de venda na noite de
anteontem ao governo boliviano pelo controle das duas
refinarias -as únicas da Bolívia, compradas durante a
privatização dos anos 1990.
Se a Bolívia não aceitar o
valor proposto pela Petrobras, diz, a única solução é
partir para a arbitragem numa corte internacional. "Isso
[a comercialização dos derivados produzidos nas refinarias da Petrobras pela YPFB]
não é ilegal. Está previsto no
contrato, e o que estamos fazendo é apenas seguir as regras assinados no contrato."
Para Costa, a atitude da
Bolívia "não foi exatamente
uma surpresa". É que o decreto de 1º de maio de 2006,
que nacionalizou o setor de
petróleo e gás na Bolívia, previa que toda a comercialização dos combustíveis passaria para a YPFB.
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