São Paulo, quarta-feira, 09 de maio de 2007

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"Não há clima" para investir, diz Petrobras

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse ontem que "não há clima para manter qualquer investimento" na Bolívia, exceto o mínimo necessário para manter a produção de gás naquele país.
Segundo ele, todos os novos investimentos estão suspensos desde que o governo boliviano determinou que a comercialização dos derivados de petróleo passassem para a estatal YPFB, o que inviabilizou a participação da Petrobras no refino de petróleo no país.
"A intenção da Petrobras era de ficar com a parte minoritária das duas refinarias que possui na Bolívia e com a gestão dessas unidades. Mas a posição tomada pelo governo boliviano de que todos os derivados deverão ser negociados pela YPFB forçou a Petrobras a tomar a decisão de deixar de atuar no refino lá", disse o diretor.
Para tentar equacionar o impasse, a Petrobras fez uma oferta de venda na noite de anteontem ao governo boliviano pelo controle das duas refinarias -as únicas da Bolívia, compradas durante a privatização dos anos 1990.
Se a Bolívia não aceitar o valor proposto pela Petrobras, diz, a única solução é partir para a arbitragem numa corte internacional. "Isso [a comercialização dos derivados produzidos nas refinarias da Petrobras pela YPFB] não é ilegal. Está previsto no contrato, e o que estamos fazendo é apenas seguir as regras assinados no contrato."
Para Costa, a atitude da Bolívia "não foi exatamente uma surpresa". É que o decreto de 1º de maio de 2006, que nacionalizou o setor de petróleo e gás na Bolívia, previa que toda a comercialização dos combustíveis passaria para a YPFB.


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