São Paulo, quarta-feira, 09 de maio de 2007

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Setor de regulação quer medidas emergenciais

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM OLINDA

Em debate sobre a regulação da indústria do gás natural no país, representantes do setor apontaram a necessidade de plano de contingenciamento emergencial, que já esteja pronto no caso de interrupção do fornecimento pela Bolívia.
"O impacto no setor [com a possível falta de gás natural] é sério. Nos últimos dez anos, muitas indústrias converteram o óleo combustível para o gás. Não podemos nos esconder", disse Nelson Narciso, diretor da ANP.
O debate ocorreu ontem, durante o 5º Congresso Brasileiro de Regulação, em Olinda (PE).
Segundo dados da ANP, dos 42 milhões de m3/dia de gás vendidos pelas distribuidoras no país, mais da metade, 26,8 milhões de m3/dia, é fornecida pela Bolívia, o que representa 63,8% do total. A reserva de gás brasileira é de 347 bilhões de m3.
A possibilidade de quebra no fornecimento de gás boliviano não deve preocupar os pequenos consumidores, de acordo com o comissário-chefe da Comissão de Serviços Públicos de Energia (agência reguladora dos serviços de energia em São Paulo), Zevi Kann, que também é diretor da Abar (Associação Brasileira de Agências de Regulação).
"Os pequenos consumidores, de fato, em nenhuma circunstância terão prejuízo, pois o volume que consomem é pequeno e não há sentido em fazer restrições", afirma Kann.
Para ele, uma boa solução, caso necessária, seria racionar o uso de termelétricas nos períodos em que houver baixa oferta de gás e volume alto nos reservatórios das hidrelétricas. Também é possível, segundo ele, armazenar energia quando houver sobra de gás.
Para Narciso, da ANP, também é possível acelerar processos de licitação para a compra de gás de outras fontes, especialmente o GNL (Gás Natural Liqüefeito).
Todos os debatedores também concordaram sobre a necessidade da aprovação de uma lei que regule o setor de gás no país. Três projetos sobre o tema estão em discussão no Congresso.


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