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Presidente do Banco Mundial pede mais tempo para apresentar defesa
Wolfowitz quer cinco dias antes de falar a comitê da entidade, diz advogado
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
Paul Wolfowitz tenta ganhar
fôlego. Em declaração divulgada ontem por seu advogado, o
presidente do Banco Mundial
pede mais tempo para apresentar sua defesa ao comitê de diretores executivos, que o considerou culpado de quebrar as regras de conduta ética da instituição e teria dado 48 horas, a
começar de ontem, para que ele
se defenda das acusações.
Ex-número 2 do Pentágono e
um dos arquitetos da Guerra do
Iraque, o norte-americano manobrou para que sua namorada,
Shaha Riza, também funcionária do banco, fosse promovida e
recebesse aumento salarial em
2005, mesmo ano em que Wolfowitz assumiu a presidência
da entidade multilateral, por
indicação de George W. Bush.
Segundo seu advogado, Robert Bennett, até membros menos graduados do Bird têm cinco dias para apresentar sua defesa. O prazo "é terrivelmente
injusto", disse ele. O fato é que
diminui o frágil apoio de que
dispõe Wolfowitz.
Durante entrevista coletiva
pela manhã, o porta-voz da Casa Branca disse que Bush "ainda apóia" Wolfowitz. A declaração de Tony Snow é menos enfática que a dada pelo governo
logo que estourou a denúncia,
há algumas semanas. "Há negociações que estão sendo conduzidas no Banco Mundial, e o
presidente [Bush] não está se
envolvendo pessoalmente nelas, pelo que eu saiba", desconversou ontem o porta-voz,
quando questionado sobre o assunto por jornalistas.
Uma das negociações, segundo o "New York Times" na edição de ontem, seria entre a Europa e o governo norte-americano, os dois maiores acionistas do banco. Por tradição, desde a criação do Bird e de sua entidade-irmã, o FMI (Fundo
Monetário Internacional),
após a Segunda Guerra, a presidência do primeiro vai para um
norte-americano, e a do segundo, para um europeu.
De acordo com o diário, os
europeus aceitariam continuar
a prática desde que Wolfowitz
renunciasse "logo". Caso contrário, tornariam insustentável
sua permanência e não aprovariam a próxima indicação de
Bush, o que criaria um incidente diplomático sem antecedentes, que a Casa Branca não parece disposta a pagar para ver.
Na segunda-feira, Kevin Kellems, um dos assessores mais
próximos de Wolfowitz, ex-funcionário do Pentágono e ex-porta-voz do vice-presidente
Dick Cheney, anunciou sua demissão, justificando-a com a
impossibilidade de realizar seu
trabalho na situação atual por
que passa o banco.
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