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Críticos se curvarão ao PAC, reage Lula
Presidente compara ceticismo com balanço do programa feito anteontem a ataques sofridos na crise do mensalão
"Não basta dar entrevista, é preciso mandar o material do PAC para editores e donos dos jornais e televisão", diz em discurso
EDUARDO SCOLESE
ENVIADO ESPECIAL A SÃO JOSÉ (SC)
Um dia após balanço oficial
ter mostrado que metade das
obras do PAC está lenta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu ontem cumpri-las
"integralmente" e disse que os
críticos do Programa de Aceleração do Crescimento terão de
se "curvar" ao final do governo.
Em São José (SC), em evento
nos Correios, Lula disse que as
dificuldades do PAC serão solucionadas "quase que em tempo
real" e comparou os críticos aos
que o viram derrotado na crise
do mensalão. "O PAC será cumprido integralmente e, para
surpresa de alguns, quase na
sua totalidade. Obviamente
que depende de chuva, depende de algumas coisas", disse.
"Mas eu não tenho dúvida
nenhuma de que, ao terminar o
nosso mandato, as pessoas que
começaram a dizer: "o PAC não
existe, o PAC não funciona", vão
ter que se curvar, como se curvaram no ano passado, quando
pensavam que eu tinha acabado para a política brasileira e tiveram que saber que o povo é
mais inteligente do que a gente
imagina neste país", afirmou.
Mais tarde, Lula disse que
um carimbo amarelo na obra
não significa sua paralisia. Ele
se referia às cores usadas no balanço para indicar o ritmo da
obra. As com selo amarelo mereciam atenção; com vermelho,
preocupantes; com verde, adequadas.
"Aquele que está amarelo é
como o semáforo. Está dizendo
só que você tem que ter atenção. Você, se tiver com tempo,
pára. Mas, se estiver muito em
cima e não tiver carro [na frente], você passa, porque o amarelo é atenção, e não pra parar."
Lula agradeceu à Câmara pela aprovação de projetos do
PAC e se disse confiante com o
Senado. "Sou agradecido de coração à primeira etapa no Congresso [...] Isso é uma resposta a
quem vive insinuando que a
Câmara atrapalha."
Nos Correios, Lula teceu críticas ao enfoque dado pelos jornais ao balanço do PAC.
"Qual não é minha surpresa,
quando eu vejo algumas matérias de jornais hoje [ontem], e
elas misturam cebola com alho,
dizendo que é a mesma coisa, e
tentam passar a idéia de que
metade do PAC está preocupante", disse Lula, que, ao dar
um recado a seguir à ministra
Dilma Rousseff (Casa Civil),
provocou risos nos presentes.
"Não basta dar entrevista, é
preciso mandar o material do
PAC para os editores dos jornais, para os donos dos jornais,
para os editores de televisão,
para os donos de televisão e para quem mais quiser. Eu só não
vou entregar para o papa agora,
porque o papa não tem obrigação de saber o que é o PAC."
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