São Paulo, quarta-feira, 09 de maio de 2007

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Críticos se curvarão ao PAC, reage Lula

Presidente compara ceticismo com balanço do programa feito anteontem a ataques sofridos na crise do mensalão

"Não basta dar entrevista, é preciso mandar o material do PAC para editores e donos dos jornais e televisão", diz em discurso


EDUARDO SCOLESE
ENVIADO ESPECIAL A SÃO JOSÉ (SC)

Um dia após balanço oficial ter mostrado que metade das obras do PAC está lenta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu ontem cumpri-las "integralmente" e disse que os críticos do Programa de Aceleração do Crescimento terão de se "curvar" ao final do governo.
Em São José (SC), em evento nos Correios, Lula disse que as dificuldades do PAC serão solucionadas "quase que em tempo real" e comparou os críticos aos que o viram derrotado na crise do mensalão. "O PAC será cumprido integralmente e, para surpresa de alguns, quase na sua totalidade. Obviamente que depende de chuva, depende de algumas coisas", disse.
"Mas eu não tenho dúvida nenhuma de que, ao terminar o nosso mandato, as pessoas que começaram a dizer: "o PAC não existe, o PAC não funciona", vão ter que se curvar, como se curvaram no ano passado, quando pensavam que eu tinha acabado para a política brasileira e tiveram que saber que o povo é mais inteligente do que a gente imagina neste país", afirmou.
Mais tarde, Lula disse que um carimbo amarelo na obra não significa sua paralisia. Ele se referia às cores usadas no balanço para indicar o ritmo da obra. As com selo amarelo mereciam atenção; com vermelho, preocupantes; com verde, adequadas.
"Aquele que está amarelo é como o semáforo. Está dizendo só que você tem que ter atenção. Você, se tiver com tempo, pára. Mas, se estiver muito em cima e não tiver carro [na frente], você passa, porque o amarelo é atenção, e não pra parar."
Lula agradeceu à Câmara pela aprovação de projetos do PAC e se disse confiante com o Senado. "Sou agradecido de coração à primeira etapa no Congresso [...] Isso é uma resposta a quem vive insinuando que a Câmara atrapalha."
Nos Correios, Lula teceu críticas ao enfoque dado pelos jornais ao balanço do PAC.
"Qual não é minha surpresa, quando eu vejo algumas matérias de jornais hoje [ontem], e elas misturam cebola com alho, dizendo que é a mesma coisa, e tentam passar a idéia de que metade do PAC está preocupante", disse Lula, que, ao dar um recado a seguir à ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), provocou risos nos presentes.
"Não basta dar entrevista, é preciso mandar o material do PAC para os editores dos jornais, para os donos dos jornais, para os editores de televisão, para os donos de televisão e para quem mais quiser. Eu só não vou entregar para o papa agora, porque o papa não tem obrigação de saber o que é o PAC."


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