São Paulo, sexta-feira, 09 de maio de 2008

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Inflação ameaça economia global, diz FMI

Para vice do Fundo, governos precisam ser cautelosos e não pode ser descartada alta dos preços similar à que ocorreu nos anos 70

Alta dos combustíveis e das commodities é principal perigo, mas juros baixos e queda do dólar também contribuem, diz Lipsky


DA BLOOMBERG

A inflação está ressurgindo como ameaça à estabilidade da economia depois de anos de "quietude" e os altos funcionários dos governos precisam ser cautelosos com relação às políticas que alimentem a alta dos preços ao consumidor, disse o primeiro vice-diretor-executivo do FMI, John Lipsky.
"Essa aceleração da inflação precisa ser levada a sério, uma vez que cria desafios potencialmente significativos à estabilidade da economia", afirmou Lipsky em Nova York. Uma volta à inflação alta, aos moldes da vigente na década de 1970, e às expectativas de expansão dos preços "não pode ser descartada de imediato", disse ele.
Embora a escalada dos preços dos combustíveis e de outras commodities seja a principal causa do perigo, as baixas taxas de juros dos bancos centrais e a queda do dólar também estão contribuindo, disse Lipsky. Falando após a decisão do BCE (Banco Central Europeu) de manter sua taxa referencial de juros em seu maior nível dos últimos seis anos (4%), o funcionário do FMI afirmou que manter o quadro da inflação "em condições apropriadas é fundamental" entre as prioridades das autoridades monetárias européias.
Nos EUA, "com a recuperação" do crescimento, os desdobramentos na área dos preços ao consumidor vão "assumir maior importância" para o Federal Reserve, o BC do país, disse Lipsky, ex-economista-chefe do JPMorgan. "As baixas taxas de juros têm um impacto estatisticamente significativo sobre os preços das commodities", segundo evidências preliminares, disse ele. "As mudanças da taxa de câmbio também parecem influenciar os preços das commodities."
Pesquisa do FMI indica que, se o dólar não tivesse caído entre 2002 e 2007, o petróleo custaria atualmente US$ 25 menos. O petróleo bruto ultrapassou US$ 120 o barril nesta semana pela primeira vez. Os preços das commodities, excluindo combustíveis, seriam 12% inferiores, disse o funcionário.
Os países do Oriente Médio e da Ásia que mantêm suas moedas vinculadas ao dólar estão assistindo a uma intensificação da pressão inflacionária em decorrência disso, afirmou.


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