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Inflação ameaça economia global, diz FMI
Para vice do Fundo, governos precisam ser cautelosos e não pode ser descartada alta dos preços similar à que ocorreu nos anos 70
Alta dos combustíveis e das
commodities é principal
perigo, mas juros baixos e
queda do dólar também
contribuem, diz Lipsky
DA BLOOMBERG
A inflação está ressurgindo
como ameaça à estabilidade da
economia depois de anos de
"quietude" e os altos funcionários dos governos precisam ser
cautelosos com relação às políticas que alimentem a alta dos
preços ao consumidor, disse o
primeiro vice-diretor-executivo do FMI, John Lipsky.
"Essa aceleração da inflação
precisa ser levada a sério, uma
vez que cria desafios potencialmente significativos à estabilidade da economia", afirmou
Lipsky em Nova York. Uma volta à inflação alta, aos moldes da
vigente na década de 1970, e às
expectativas de expansão dos
preços "não pode ser descartada de imediato", disse ele.
Embora a escalada dos preços dos combustíveis e de outras commodities seja a principal causa do perigo, as baixas
taxas de juros dos bancos centrais e a queda do dólar também estão contribuindo, disse
Lipsky. Falando após a decisão
do BCE (Banco Central Europeu) de manter sua taxa referencial de juros em seu maior
nível dos últimos seis anos
(4%), o funcionário do FMI
afirmou que manter o quadro
da inflação "em condições
apropriadas é fundamental"
entre as prioridades das autoridades monetárias européias.
Nos EUA, "com a recuperação" do crescimento, os desdobramentos na área dos preços
ao consumidor vão "assumir
maior importância" para o Federal Reserve, o BC do país, disse Lipsky, ex-economista-chefe do JPMorgan. "As baixas taxas de juros têm um impacto
estatisticamente significativo
sobre os preços das commodities", segundo evidências preliminares, disse ele. "As mudanças da taxa de câmbio também
parecem influenciar os preços
das commodities."
Pesquisa do FMI indica que,
se o dólar não tivesse caído entre 2002 e 2007, o petróleo custaria atualmente US$ 25 menos. O petróleo bruto ultrapassou US$ 120 o barril nesta semana pela primeira vez. Os preços das commodities, excluindo combustíveis, seriam 12%
inferiores, disse o funcionário.
Os países do Oriente Médio e
da Ásia que mantêm suas moedas vinculadas ao dólar estão
assistindo a uma intensificação
da pressão inflacionária em decorrência disso, afirmou.
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