"Más notícias nunca vêm sozinhas." A frase é de Jean-Claude Baumgarten, presidente do WTTC (World Travel & Tourism Council), ao se referir aos impactos da crise financeira mundial que já abalou os números do turismo global e agora ganha força da gripe A (H1N1) para atrapalhar ainda mais o setor.
Baumgarten vem ao Brasil para participar, nos próximos dias 15 e 16, em Florianópolis, da Conferência Global sobre Viagens e Turismo, organizada pelo WTTC, que reúne as cem principais lideranças do setor no mundo.
Durante o evento, será apresentado um estudo sobre os estragos que a pandemia pode provocar no setor. Estará presente um representante da Organização Mundial de Saúde do México, país cujo turismo tem sofrido os piores reflexos.
Nas últimas semanas, desde que começaram a ser divulgados os casos de vítimas da doença, o fluxo global de turismo já caiu. Países como México e Estados Unidos já estão sendo afetados, obviamente, segundo Baumgarten, mas não serão os únicos.
"Reino Unido, França, China e muitos outros sofrerão", diz o presidente do WTTC.
O PIB do turismo mundial vinha se aquecendo nos últimos anos, com crescimento médio de 3,6% ao ano entre 2004 e 2007. Com o aprofundamento da crise financeira, em 2008, o crescimento foi de apenas 1%. Para 2009, a expectativa é de redução de 3,5%.
"Em 2010, esperamos estabilização, com crescimento entre 0,25% e 1%", afirma Baumgarten. Só a partir de 2011 esses números saltariam para o patamar dos 4,3% ao ano.
"É preciso atentar agora para o fato de que vai chegar um momento em que a economia vai se reerguer. E nesta hora os países precisam estar preparados com infraestrutura e investimentos, principalmente por meio de parcerias público-privadas. Os governos devem estar prontos para o potencial de crescimento do turismo, que é muito forte em economias como Brasil, Índia, China e tantas outras."
Neste ano, a indústria do turismo deve gerar US$ 5,4 trilhões, considerando os diversos setores em que influencia. Sozinho, o PIB do setor deve ficar em US$ 1,8 trilhão, segundo pesquisa do WTTC realizada pela Oxford Economics.

VIZINHANÇA
Sobre a visita do presidente paraguaio Fernando Lugo para rediscutir o Tratado de Itaipu, Paulo Skaf, presidente da Fiesp, disse que apoia a posição do governo brasileiro. "Renegociar a dívida significa uma ruptura injustificada do contrato que vem sendo cumprido, rigorosamente, há mais de 30 anos pelo Brasil. Qualquer aumento de custo da energia elétrica elimina competitividade internacional e gera desemprego no país."

BANDEIRA
A Accentiv", agência de marketing e relacionamento da Accor Services, iniciou a migração do cartão de premiação corporativa, o Presente Perfeito, da bandeira Visa para a MasterCard. A iniciativa brasileira reforça a parceria internacional da Accor Services com a MasterCard Europa. As duas companhias formaram uma joint venture para lançar a PrePay Solutions, que fornece soluções de pré-pagamento às empresas.

FUMAÇA

A lei antifumo sancionada pelo governador de São Paulo, José Serra, nesta semana terá pouco impacto nas tabacarias, afirma Bobi Chen, proprietário da Davidoff, especializada em charutos dominicanos. Segundo a lei, nesses estabelecimentos será permitido fumar, mas não vender bebidas alcoólicas. "Nosso faturamento com bebidas é quase zero. E não poderemos impedir que os clientes que quiserem beber tragam sua garrafa", diz Chen, que também não espera aumento de clientes pela restrição do cigarro nos bares. Para ele, o que prejudicou o negócio foi a crise, que levou a Davidoff a reduzir em 30% a importação de charutos. A rede também adiou para 2010 sete lançamentos de produtos.

TIQUE-TAQUE

O francês Michel Cheval, diretor para a América Latina da marca de relógios suíços IWC, desembarcou no Brasil nesta semana para tratar do lançamento de uma edição limitada de relógios de mergulho que vai reverter recursos para a Fundação Charles Darwin, que faz pesquisas em Galápagos. Os relógios serão comercializados pela Natan.

GUIA
O economista João Carlos Ferraz, da Petrobras, lança o livro "O Manual da Crise -Entendendo Melhor a Crise Financeira de 2008, suas Origens e Consequências para o Brasil e o Mundo" (editora Alfaomega, 135 páginas, R$ 42), nesta segunda, na Livraria da Vila, em São Paulo. Na obra, Ferraz busca explicar em linguagem simples a origem da atual turbulência financeira e seus reflexos no Brasil.

CHAVE DE CASA
Pesquisa da Caixa Econômica Federal sobre o perfil de compradores de imóveis da instituição mostra que os homens lideram, com 66% de contratações habitacionais, ante 34% das mulheres. Por faixa etária, pessoas entre 30 e 45 anos estão fechando mais negócios.

DOCE LAR
Entre as mulheres, a carteira é mais jovem, com assinaturas de contrato de 34% na faixa de até 30 anos. Hoje a carteira imobiliária da Caixa é composta por 1.936.553 contratos ativos. Até abril os investimentos habitacionais somam R$ 10 bilhões.

"BIENVENUE"
Jeanine Pires, presidente da Embratur, recebe na próxima semana 22 empresários e executivos das principais empresas de turismo da França, em Salvador. Eles vêm ao Brasil para participar da 5ª edição do evento "Viagem dos Presidentes", promovido pela revista francesa "Univers des Voyages" e apoiado pela Embratur.

NO PALCO
A Oi fechou ontem um contrato de R$ 2 milhões para a reconstrução do teatro Cultura Artística, destruído por um incêndio em agosto do ano passado, em São Paulo.