São Paulo, sábado, 09 de maio de 2009

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Brasil abre linha de crédito para os vizinhos

Governo brasileiro adota modelo usado pelo Fed, que acertou ajuda a emergentes para reduzir impacto da crise

THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

O governo anunciou ontem a abertura de linhas de crédito recíproco, com volume inicial de até R$ 10 bilhões, para países da América do Sul, em tentativa de amenizar a escassez de financiamento na região.
Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o mecanismo será semelhante à linha de swap (troca) de moedas que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) formalizou com o Brasil e outros 14 países desde o início da crise. No caso brasileiro, o Banco Central entregará reais e receberá, mediante pagamento de juros, na moeda do outro país.
As negociações com a Argentina são as mais avançadas. A linha de crédito recíproca terá valor inicial de R$ 3,5 bilhões e prazo de três anos. "O recurso pode ser mantido como reserva para alguma eventualidade ou os países poderão usá-lo de acordo com suas necessidades", afirmou Mantega.
O ministro disse que o financiamento será de rápida implementação, pois já está autorizado por resolução do CMN (Conselho Monetário Nacional) e não precisa de aval do Congresso. O Uruguai é outro país que já manifestou interesse pelo crédito.

Banco do Sul
A abertura do financiamento foi anunciada após reunião, em Buenos Aires, dos ministros de economia dos sete países que formarão o Banco do Sul -Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Venezuela e Equador.
Houve consenso em todos os pontos pendentes sobre o funcionamento do banco, como mecanismos de tomada de decisões e de arbitragem. Decidiu-se que cada país terá direito a um voto, salvo em casos de projetos superiores a US$ 70 milhões, que precisarão ser aprovados por sócios que detenham ao menos dois terços do capital subscrito do banco.
A instituição terá capital inicial de US$ 7 bilhões. Brasil, Argentina e Venezuela aportarão US$ 2 bilhões cada um; Uruguai e Equador entrarão com US$ 800 milhões e os US$ 200 milhões restantes virão de Bolívia e Paraguai. O ministro da Economia da Argentina, Carlos Fernández, disse que agora o assunto passa às áreas jurídicas dos países e depois aos Congressos para aprovação.


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