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Brasil abre linha de crédito para os vizinhos
Governo brasileiro adota modelo usado pelo Fed, que acertou ajuda a emergentes para reduzir impacto da crise
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
O governo anunciou ontem a
abertura de linhas de crédito
recíproco, com volume inicial
de até R$ 10 bilhões, para países
da América do Sul, em tentativa
de amenizar a escassez de financiamento na região.
Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o mecanismo será semelhante à linha
de swap (troca) de moedas que
o Federal Reserve (Fed, banco
central dos EUA) formalizou
com o Brasil e outros 14 países
desde o início da crise. No caso
brasileiro, o Banco Central entregará reais e receberá, mediante pagamento de juros, na
moeda do outro país.
As negociações com a Argentina são as mais avançadas. A linha de crédito recíproca terá
valor inicial de R$ 3,5 bilhões e
prazo de três anos. "O recurso
pode ser mantido como reserva
para alguma eventualidade ou
os países poderão usá-lo de
acordo com suas necessidades", afirmou Mantega.
O ministro disse que o financiamento será de rápida implementação, pois já está autorizado por resolução do CMN
(Conselho Monetário Nacional) e não precisa de aval do
Congresso. O Uruguai é outro
país que já manifestou interesse pelo crédito.
Banco do Sul
A abertura do financiamento
foi anunciada após reunião, em
Buenos Aires, dos ministros de
economia dos sete países que
formarão o Banco do Sul -Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Venezuela e
Equador.
Houve consenso em todos os
pontos pendentes sobre o funcionamento do banco, como
mecanismos de tomada de decisões e de arbitragem. Decidiu-se que cada país terá direito
a um voto, salvo em casos de
projetos superiores a US$ 70
milhões, que precisarão ser
aprovados por sócios que detenham ao menos dois terços do
capital subscrito do banco.
A instituição terá capital inicial de US$ 7 bilhões. Brasil, Argentina e Venezuela aportarão
US$ 2 bilhões cada um; Uruguai e Equador entrarão com
US$ 800 milhões e os US$ 200
milhões restantes virão de Bolívia e Paraguai. O ministro da
Economia da Argentina, Carlos
Fernández, disse que agora o
assunto passa às áreas jurídicas
dos países e depois aos Congressos para aprovação.
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