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Governo vê pico de aposentadorias em 2011
Para secretário, abono a servidor que permanecesse em atividade proporcionou economia, mas gerou acúmulo que será sentido agora
Para governo, reestruturação de carreiras também
influencia no aumento
do saldo negativo do
regime de aposentadorias
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para o Ministério da Previdência, há dois argumentos
principais para o aumento do
saldo negativo na Previdência
dos servidores federais no próximo ano, previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
O primeiro deles é um dispositivo criado pela própria reforma previdenciária de 2003, cujo efeito só será sentido fortemente a partir de 2011.
"Dois anos antes da reforma,
houve uma corrida muito grande à aposentadoria. Com as
mudanças, os servidores que
passaram a adiar sua aposentadoria, permanecendo em atividade, tiveram um ganho de 11%
nos salários. Foi criado um abono de permanência", afirma o
secretário de Previdência Social, Fernando Rodrigues.
Ele acrescenta que isso gerou
uma economia para o governo
nos últimos anos. O problema é
que, por efeitos estatísticos e
demográficos, essa postergação
é revertida em uma avalanche
de aposentadorias -o que estaria por trás do aumento das
despesas com aposentados
projetado pelo governo para o
próximo ano.
"Isso vai acumulando. Chega
um momento em que podem
ocorrer picos. Há uma oscilação maior por conta até de uma
determinada geração que está
se aposentando", afirma o
coordenador-geral de Auditoria, Atuária, Contabilidade e
Investimentos do ministério,
Otoni Guimarães.
Atualmente, 54 mil servidores estão recebendo abono de
permanência.
Além disso, Guimarães admite que a reestruturação de carreiras realizada pelo governo
federal influencia no aumento
do saldo negativo do regime de
aposentadorias.
"Se há reestruturação e aumento de salários, a perspectiva é que haja uma repercussão
nas projeções de despesas com
aposentados. É claro que a conta muda se o servidor passa de
uma aposentadoria de R$ 15
mil para R$ 20 mil", afirma
Guimarães.
Modelo
Já o consultor Renato Follador avalia que o nó central na
questão da previdência no setor público é o próprio modelo
adotado pelo Brasil.
"Esse modelo de repartição
caminha para a insolvência.
Não há como sair dessa armadilha demográfica. A grande realidade é que há dez anos o governo deveria ter feito a capitalização gradativa do sistema",
afirma Follador.
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